O candidato à presidência do Senado Rogério Marinho (PL-RN), aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, declarou que, caso a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os atos antidemocráticos que ocorreram em 8 de janeiro reunir as “questões jurídicas”, irá colocá-la em pauta. Ao repudiar as manifestações, o senador eleito disse que irá se pautar “pela lei”, caso eleito presidente da Casa.

“Se tiver as assinaturas, um fato comprovado, parecer jurídico da mesa diretora dizendo que aquela CPI reúne as questões legais, evidente que eu tenho obrigação de fazer sob pena de prevaricar”, declarou Marinho em entrevista ao Poder 360 nesta terça-feira (17). “Nós temos que cumprir a lei.” O pedido de CPI é da senadora Soraya Thronicke (União Brasil-MS).

O senador eleito repudiou as manifestações golpistas que ocorreram em Brasília. “Não é assim que a oposição deve ser feita no nosso País. Não é depredando, intimidando pessoas, impedindo direito de ir e vir, invadindo os Poderes constituídos de forma simbólica os prédios que abrigam os Três Poderes da República”, comentou. Segundo ele, todos os que estão envolvidos “precisam ser exemplarmente punidos”.

Apesar de discordar dos atos, o aliado de Bolsonaro pediu para não haver generalização. Em sua avaliação, há uma espécie de articulação para classificar os eleitores do ex-presidente como extremistas e radicais. “Temos que ter muito cuidado com esse processo de generalização; normalmente tem equívocos”, pontuou.

De acordo com Marinho, sua candidatura à presidência da Casa, que tem como principal rival o atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), é “uma missão”. “O Brasil está passando por um processo de transição e uma conflagração, polarização que não me parece boa, saudável para o ambiente democrático do nosso País”. Em sua visão, “em nome da democracia, são cometidos atos excepcionais que se colocam como condição em defesa da democracia.”

O senador eleito classifica o atual momento nacional como um período de excepcionalidade. Segundo ele, há uma “necessidade de defesa de um legado”. “Que não é apenas do presidente Bolsonaro, mas um legado que começa a ser produzido no Brasil a partir do afastamento da ex-presidente Dilma Rousseff em 2016 com a mudanças, transformações, com a modernização da economia brasileira”, comentou.