A massa de salários em circulação na economia encolheu R$ 550 milhões no período de um ano, para R$ 232,594 bilhões, uma queda de 0,2% no trimestre encerrado em fevereiro de 2022 ante o trimestre terminado em fevereiro de 2021. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na comparação com o trimestre terminado em novembro de 2021, a massa de renda real subiu 0,6%, com R$ 1,453 bilhão a mais.

O rendimento médio dos trabalhadores ocupados teve elevação de 0,3% na comparação com o trimestre até novembro, R$ 7 a mais, para R$ 2.511. Em relação ao trimestre encerrado em fevereiro do ano passado, a renda média caiu 8,8%, R$ 241 a menos.

Segundo Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, a ligeira melhora na renda média na passagem do trimestre até novembro de 2021 para o trimestre até fevereiro de 2022 – movimento que interrompe uma trajetória de cinco trimestres seguidos de quedas – é puxada pela saída de trabalhadores por conta própria do mercado de trabalho, ao mesmo tempo em que ocorre uma recuperação na geração de vagas com carteira assinada no setor privado.

“A gente teve retração do (trabalho por) conta própria, que, de modo geral, tem ocupações com menores rendimentos, e, por outro lado, você tem uma expansão da carteira de trabalho, que pode ter trabalhadores com maiores rendimentos. Então isso pode ser um dos motivos dessa interrupção da queda do rendimento. Nesse trimestre, a gente teve expansão do rendimento nominal, que expandiu em 2,7%, que é algo que não vinha ocorrendo. Então você tem um pouco de efeito de composição de população ocupada mexendo aí também no rendimento nominal. Embora o rendimento médio em termos reais tenha ficado estável, com uma variação apenas de 0,3%, o nominal nesse mesmo período expandiu 2,7%. Então se não fosse o efeito da inflação, o rendimento real teria até crescido”, contou Adriana Beringuy.