Pelo segundo ano consecutivo a marca Matsuda chega ao mercado trazendo mais novidades para os pecuaristas: duas novas cultivares forrageiras híbridas foram lançadas na matriz da empresa, em Álvares Machado, interior de São Paulo, no início deste mês, o andropogon MG7 Tupã e a setária MG11 Tijuca.

Cerca de 300 pessoas foram recepcionadas pela diretoria do Grupo Matsuda, autoridades, pesquisadores, fiscais do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa), entre outros. Resultado de mais de uma década de pesquisas, testes em ambientes controlados (casas de vegetação) e a campo, alguns desses em propriedades de pecuaristas parceiros, as novas cultivares foram apresentadas oficialmente em um dia-de-campo para a imprensa, representantes comerciais e clientes da região.

Divididas em grupos distintos, acompanharam, simultaneamente, as explicações técnicas dos engenheiros agrônomos Alberto Takashi, Gilson Souza, Pedro Lorençoni e Luciano Lara, que ressaltaram, diante dos respectivos canteiros, as características edafoclimáticas das duas novas cultivares híbridas para o público.

Em coletiva à imprensa, após as palestras em campo, Alberto Takashi lembrou que os resultados das pesquisas para a produção de uma nova cultivar costumam demorar, em média, dez anos, e que isso não acontece por acaso, pois o pesquisador precisa saber o que ele está buscando ou precisando trazer para o mercado, antes de começar um novo projeto.

No caso da Setária e do Andropogon, Takashi lembra que o Departamento Técnico da Matsuda buscava opções forrageiras para duas áreas bem distintas, e de certa forma, abandonadas pelo mercado ou que não tinham muita escolha, como o Brasil Central, ou o Cerrado Brasileiro, e as áreas de menor drenagem ou solos encharcados, como o Pantanal.

Após alguns estudos, eles concluíram que a melhor opção para o Cerrado era o Andropogon, entretanto, o que havia, apresentava problemas, pois é uma cultivar de ciclo curto, começa a florescer no início da seca, justo no momento em que o pecuarista mais precisa das qualidades nutricionais da planta. “Ele sementeava, perdia a qualidade nutricional e, obviamente, deixava de funcionar bem”. “Então, nós tentamos buscar um Andropogon de melhor qualidade”.

Já em áreas de má drenagem ou encharcadas, a única opção disponível no mercado é a humidícola, pois ela tolera alagamento, solo mal-drenado, mas, também tem um problema: a humidícola é uma espécie forrageira com baixa qualidade nutricional, pois tem apenas 3% do total de sua composição, de proteína.

Nesse caso, os técnicos da Matsuda, decidiram trabalhar com outra espécie, e escolheram a Setária. Já existente no mercado, com a denominação de kazungula, também apresenta outra dificuldade, o oxalato de cálcio, que se forma dentro da planta e que não pode ser repassado para os animais.

“Quando os animais consomem o oxalato de cálcio, em grande quantidade, isso lhes causa intoxicação”, comentou Takashi, por isso decidiram partir para a Setária, com o objetivo de diminuir os níveis de oxalato. Definidas as características da planta que se quer produzir, o próximo passo é buscar no Banco de Germoplasma – no caso das duas novas cultivares, foi usado o banco próprio da Matsuda Genética, três ou quatro acessos da cultivar desejada e inicia-se um processo de cruzamento entre os mesmos, que pode levar de dois até três anos.

Quando se obtém a planta que os pesquisadores estão buscando, inicia-se nova fase do desenvolvimento da espécie forrageira, que é selecionar as melhores fixar as características até chegar mais a frente e ter uma cultivar com boa produção de semente e, principalmente, com boa aceitação pelos animais.  “Não adianta nada conseguir uma planta com todas as características buscadas, e que não seja aceita pelos animais”, salientou Takashi, acrescentando que todo esse caminho foi percorrido até atingirem a variedade MG7 Tupã.

Já no caso da Setária, que existe há muito tempo no mercado optou-se por uma com as melhores características para se iniciar os cruzamentos, pois se buscava um cultivar com porte mais baixo, maior perfilhamento, folhas mais compridas e mais largas e, ainda, mais baixos índices de oxalato de cálcio.

Takashi adiantou que essas cultivares já estão plantadas em campos para multiplicação de sementes, com área de 20 a 30 hectares, e que, a partir de maio próximo, ambas já estarão disponíveis para serem comercializadas nas regiões para as quais foram desenvolvidas. Mas as novidades não param por aí. “As duas variedades não chegarão ao mercado como sementes comuns”, avisa o agrônomo, “mas dentro da tecnologia padrão da Matsuda”.

Isso significa que tanto a MG7 Tupã como a MG11 Tijuca integrarão o catálogo de sementes Série Gold, ou as chamadas “sementes inteligentes”.  Ou seja: elas recebem diversos tratamentos, à base de revestimento de polímeros e fungicidas, após serem escarificadas. Takashi explica que isso as torna mais resistentes ao ataque de pragas ou insetos, pois o fungicida adere à cápsula criada pelo polímero e evita que a semente tenha contato e seja contaminada pelo meio-ambiente, ou ainda, que contamine o trabalhador no momento do seu manuseio.

Para se ter uma idéia do custo-benefício de se adquirir as sementes Série Gold, para renovação ou formação de pastagens, Takashi comenta que, no caso do Andropogon sem esse tratamento, é comum o plantio de 20 a 25 kgs de sementes por hectare, por causa do tipo de semente, que é quase uma pluma, de tão palhosa.

No caso da MG7 Tupã incrustada, os técnicos da Matsuda estão recomendando apenas 4 kgs de semente por hectare, pois o que será comercializado será apenas a semente, sem nenhuma palha, como a que é vendida atualmente no mercado. “Esse é o grande diferencial, pois isso não existe em nenhum lugar do mundo, para essa cultivar”, conclui Alberto Takashi, sem esconder o orgulho e a satisfação de entregar aos produtores pecuaristas brasileiros mais um resultado de uma longa década de trabalho.

“Estou muito feliz, pois agora estaremos atendendo também as regiões que mais necessitavam desses produtos: as de solo de baixa fertilidade, ácidos e rasos, com a MG7 Tupã. E as áreas que apresentam problemas de drenagem, à exemplo do Pantanal, com a MG11 Tijuca. Fonte: Ascom