29/05/2023 - 11:57
Os lançamentos e as vendas do Minha Casa Minha Vida (MCMV) tiveram quedas expressivas no primeiro trimestre de 2023 em relação ao mesmo período de 2022, de acordo com pesquisa divulgada nesta segunda-feira, 29, pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
Os lançamentos nacionais de imóveis dentro do programa habitacional caíram 41,8%, para 16,8 mil unidades, enquanto as vendas recuaram 37,1%, para 24,8 mil, conforme o levantamento.
Com isso, o MCMV perdeu participação de mercado. Os lançamentos do programa representaram apenas 35% dos lançamentos no começo de 2023 contra 42% no início de 2022. No caso das vendas, essa retração foi de 50% para 34%.
“O Minha Casa Minha Vida perdeu significativamente a proporcionalidade que detinha no mercado imobiliário”, afirmou o presidente da Comissão de Mercado Imobiliário da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Celso Petrucci, durante apresentação realizada nesta segunda-feira.
Para o presidente da CBIC, José Carlos Martins, a queda expressiva dos lançamentos de imóveis residenciais no começo deste ano é um reflexo da visão negativa dos incorporadores sobre os rumos da economia brasileira. “Os números demonstram pessimismo dos empresários com o futuro”, afirmou.
Na sua avaliação, um dos maiores problemas está no nível classificado como “absurdo” da taxa básica de juros da economia (Selic), em 13,75% ao ano. O efeito disso é uma migração de recursos da caderneta de poupança para outras aplicações mais rentáveis, reduzindo a disponibilidade de dinheiro nos bancos para abastecer o crédito imobiliário.
“Os agentes financeiros ficaram mais restritivos na concessão do crédito”, destacou o presidente da CBIC.
Vale lembrar que a poupança é a fonte de recursos para a compra e a construção de moradias de médio e alto padrão.
Celso Petrucci ressaltou que o número de lançamentos no primeiro trimestre de 2023 foi o mais baixo desde meados de 2016. “Ficamos assustados com a redução dos lançamentos”, disse. Se essa situação persistir, o resultado será queda no volume de obras e de empregos no setor ao longo dos próximos anos, acrescentou.