10/08/2017 - 10:00
Na safra 2010/2011, quando o Programa de Agricultura de Baixo Carbono (ABC) foi lançado pelo governo, a expectativa era de que haveria um movimento firme dos produtores rumo a técnicas produtivas de baixa emissão de carbono. Com crédito à disposição, entre elas estaria o uso intenso e o aumento da área de plantio direto e, principalmente, a integração da lavoura com pecuária em áreas de solo degradado, estimadas em 30 milhões de hectares. Um estudo conduzido pela consultoria MB Agro, encomendado pela Fundação Getúlio Vargas, mostra que o sucesso do Programa ABC ficou aquém do esperado. Nos sete anos de vida do programa, os produtores contrataram apenas R$ 13,8 bilhões em crédito, ante a oferta oficial de R$ 20,5 bilhões. De acordo com o economista Alexandre Mendonça de Barros, da MB Agro e coordenador do estudo, o que tem dificultado a tomada de crédito nas linhas de financiamento são os riscos climáticos, dificuldade de acesso a mercado e a infraestrutura logística do País. De acordo com Barros, essas três causas têm impactado mais que o despreparo das instituições financeiras, a assistência rural precária e a desinformação do produtor. “O programa ABC ficou desconectado da realidade do campo”, afirma Barros.
Tributo
A volta da Cide
A União da Indústria da Cana-de-Açúcar tem insistido junto ao governo que é preciso elevar a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) para a gasolina. Um tributo mais alto para o combustível fóssil é uma forma de tornar o etanol mais competitivo ao consumidor e, de quebra, garantir caixa ao governo. A elevação da Cide pode gerar uma arrecadação de até
R$ 3 bilhões ainda neste ano e de até R$ 10 bilhões nos próximos 12 meses.
Aqua capital
Nova sociedade
O executivo Sebastian Popik, diretor da Aqua Capital, companhia de investimentos especializada em agronegócio, alimentos e logística no Brasil e na América do Sul, fechou mais um negócio no mês passado. Seu fundo de investimento se tornou o principal sócio da Agro100, empresa com sede em Londrina (PR). A empresa fatura R$ 1 bilhão com a distribuição de insumos, como fertilizantes, sementes e defensivos. Com 24 lojas e 512 funcionários, a meta é triplicar a receita nos próximos cinco anos.
Literatura Agro
Dois lançamentos de peso
No mês passado foram lançados dois livros que abordam temas de interesse do agronegócio. Um deles, “Agradeça aos agrotóxicos por estar vivo”, foi escrito pelo jornalista Nicholas Vital. O livro mostra como o uso contínuo de defensivos agrícolas, de forma correta, ajudou o País a se tornar um dos maiores produtores globais de alimentos. A outra publicação, “Economia da Pecuária – Fundamentos e o ciclo de preços”, foi escrito pelo agrônomo e consultor Ivan Wedekin, que já foi secretário de política agrícola do Mapa e diretor de commodities na antiga BM&FBovespa, hoje B3. O livro traz uma visão global sobre o negócio carne e o impacto econômico dessa cadeia produtiva.