Cacau
Mercado amargo

Pela segunda safra consecutiva, a falta de chuva na Bahia deve pressionar a produção de cacau. A colheita 2015/2016 foi de 146 mil toneladas, queda de 7%. Agora, na safra 2016/2017 que está começando, a quebra prevista é de 21%, com produção de 115 mil toneladas. É o que aponta a Comissão Executiva da Lavoura Cacaueira, órgão ligado ao Ministério da Agricultura.

Café Especial
Com o bule cheio

A família mineira Pentagna Guimarães, do grupo BMG, que atua no setor de finanças, de energia e de café, há cinco anos investiu R$ 17 milhões para comprar duas fazendas. Com as áreas que já possuia, hoje são 800 hectares nos quais a previsão é colher 40 mil sacas na safra 2016/2017. A meta agora é criar a marca Guima Café e acessar o mercado de grãos especiais, estimado em seis milhões de sacas nesta safra, de acordo com a Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA, na sigla em inglês).

Laticínios
Leite sem trava

Desde o início do ano, o preço do leite no mercado spot, como é chamada a negociação de matéria-prima entre laticínios, tem aumentado sem parar. A alta já chega a 60%, de acordo com a consultoria paulista Milkpoint. Em junho, o litro custava R$ 1,80 ante R$ 1,13 em janeiro. A disparada das cotações é reflexo da queda na produção, que vem ocorrendo desde o ano passado por causa dos custos elevados dos insumos, principalmente o milho para a dieta dos animais.

Cana-de-açúcar
Mais dinheiro no campo

O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) divulgou, no mês passado, uma pesquisa que mostra o desempenho do setor em 2015. A cadeia produtiva da cana, considerando os segmentos de insumos, atividades primárias (produção agrícola), indústria e serviços (transporte e comércio), registrou uma expansão de 5% em relação a 2014, elevando a renda estimada de R$ 107,87 bilhões para R$ 113,27 bilhões. O setor teve um dos maiores PIBs do agronegócio brasileiro, que, no total, acumulou alta de 0,54% no ano passado.

Seguro Rural
Swiss Re mais forte

O diretor de seguro rural da Swiss Re Corporate Brasil, Jose Cullen, anunciou que a empresa vai intensificar as suas atividades no País, com foco no agronegócio. A subsidiária da maior resseguradora mundial conta com uma carteira de R$ 160 milhões no setor, valor que representa 45% do total. Entre os novos produtos está o resseguro climático para um determinado período, mais barato que o convencional.

Taxação de commodities


“Taxar o setor pode tirar do produtor a intenção de produzir. No orçamento de lavoura, por exemplo, se colocam as despesas contra receitas. Em muitas oportunidades em que tomamos a decisão de plantar, dá zero a zero” Blairo Maggi, Ministro da Agricultura e Pecuária e produtor rural

Saúde animal
Virbac vem com tudo

A farmacêutica francesa Virbac, que fatura US$ 1 bilhão por ano e possui fábricas em 11 países, quer aumentar sua fatia no mercado brasileiro de produtos destinados a ruminantes. Em países como Uruguai, Índia e Austrália, ela é uma das mais principais companhias, mas, por aqui, o foco até agora eram os pets. O diretor da Divisão de Animais de Grande Porte da Virbac no Brasil, Mehdi Laraichi, informou que a ordem da cúpula é comprar empresas do setor no Brasil.


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MILHO
Isenção temporária

Com o objetivo de garantir o abastecimento interno de milho, o governo federal propõe a retirada do PIS e Confins na importação do grão. Entretanto, a proposta é adotar a medida por apenas quatro ou cinco meses para não tirar a competitividade do cereal brasileiro.

IMPORTAÇÃO
Mais etanol para a Colômbia

O governo colombiano aprovou a importação de 3,78 milhões de litros de etanol a fim de conter o aperto na oferta local. Em 2015, a produção de etanol naquele país bateu recorde com 456,40 milhões de litros, porém abaixo da demanda estimada em 468,04 milhões de litros.

Análise do Mês

Há crédito no fim do túnel João Paulo Pacífico, diretor da Gaia Agro

O crédito do agronegócio é dependente de poucos agentes financeiros. Como diz o ditado: não devemos guardar todos os ovos na mesma cesta. E começam a aparecer sinais da necessidade de mais opções. Além da difícil situação fiscal do governo, maior financiador do agronegócio, a captação de Letras de Câmbio do Agronegócio (LCA) caiu 36% em abril, ante o mesmo mês de 2015. O mercado de capitais precisa assumir um papel mais relevante. Os recursos do Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) são altamente diversificados e podem vir de qualquer investidor, desde grandes fundos estrangeiros até as pessoas físicas que aplicam R$ 1 mil. Em quatro anos, o estoque de CRA foi multiplicado por 15, mas ainda não representa mais do que 5% do crédito do setor. Há um longo caminho a percorrer, porém há crédito novo no fim do túnel.