12/07/2021 - 20:42
Uma pesquisa da consultoria Mercer Marsh Benefícios apontou que o valor pago pelo plano de saúde empresarial pode chegar a R$ 427,09, o que supera em 11% o valor registrado em 2020. O levantamento também traz uma série histórica do valor do plano por funcionário: em 2012, o custo era de R$ 158,42. Nos últimos nove anos, o valor cresceu 143%, enquanto a inflação (medida pelo IPCA) avançou 72%.
Segundo o estudo, o plano de saúde representará 13,95% da folha de pagamento em 2021, a segunda maior fonte de custo para as empresas. Em 2020, a assistência médica representou 13,03%. Depois do salário, o plano de saúde continua sendo a segunda maior fonte de custo para as organizações.
A pandemia seguirá influenciando o custo nesse e nos próximos anos, já que pacientes devem retornar aos consultórios, além do retorno de cirurgias eletivas e de exames preventivos que deixaram de ser feitos em 2020. Outro fator que deve influenciar o preço é a chamada “síndrome pós-covid”: depois de acometidos pela doença, pacientes mantêm sintomas por até nove meses após o processo infeccioso.
“Estamos falando de um novo grupo de pacientes que precisarão ser acompanhados e monitorados. Consequentemente, teremos mais gastos com saúde”, diz Mariana Dias Lucon, diretora de produtos e consultoria da Mercer Marsh Benefícios.
Além da pandemia, neste ano foi autorizado pela ANS o novo Rol com mais procedimentos a serem cobertos pelos planos de saúde. O novo Rol pode gerar um custo adicional de até 3,5%, conforme as projeções do estudo.
No ano passado, ocorreu queda de frequência de exames, hospitalizações clínicas, menos deslocamentos para o pronto-socorro e queda no total de cirurgias eletivas, além da tendência a um novo comportamento dos usuários: o uso da telemedicina. A pesquisa identificou que 47% das empresas passaram a oferecer consultas por telemedicina e 23% psicoterapia virtual para os funcionários desde o início da pandemia.
Os dados estão na 30ª Pesquisa de Benefícios Corporativos da Mercer Marsh com 737 grandes e médias empresas (multinacionais e nacionais atuantes em 19 setores) que empregam cerca de 1,7 mil pessoas titulares de planos de saúde coletivos empresariais. A amostra também abrange aproximadamente 1,9 mil beneficiários desses planos. A coleta dos dados foi realizada entre janeiro e março deste ano.