A Bolsa de Cereales de Buenos Aires estimou a produção argentina de grãos 8,9% maior na safra 2025/26 em comparação com a temporada anterior, a 142,6 milhões de toneladas. O volume seria o maior já registrado no país, segundo a entidade, com projeções recordes para milho e girassol. O avanço também foi atribuído a previsões maiores para as safras de trigo e cevada, que compensariam recuos de soja e sorgo.

A área total projetada foi ampliada em 1,9%, para um total de 37 milhões de hectares, o que representaria um recorde. Neste cenário, as exportações poderiam aumentar 3,3% na nova temporada, alcançando US$ 32,94 bilhões, segundo o economista-chefe da Bolsa, Ramiro Costa.

A safra de milho é esperada para crescer 18,4%, somando 58 milhões de toneladas, em uma área de 7,8 milhões de hectares (+9,9% ante a temporada 2024/25. Enquanto isso, o trigo deverá subir 18,3%, com produção de 22 milhões de toneladas, em uma área de 6,7 milhão de hectares (+6,4%).

Grãos além do milho

Em relação à soja, a safra 2025/26 foi estimada em 48,5 milhões de toneladas, 3,6% abaixo de 50,3 milhões de t esperadas para 2024/25, disse a Bolsa. A área com a oleaginosa deve ser menor, na comparação com a campanha anterior, com recuo de 4,4%, atingindo 17,6 milhões de hectares. A entidade destacou que, apesar da redução na intenção de plantio, a área esperada ainda é superior à média dos dez anos anteriores.

+ Argentina estende isenção de ‘retenciones’ para carne bovina e frango

+ Minerva surfa onda do tarifaço e bate recordes com operações na América do Sul

Entre outros produtos, a Bolsa de Cereais afirmou que espera uma safra 16% maior de girassol, a 5,8 milhões de toneladas, e avanço de 6% para a cevada, a 5,3 milhões de toneladas. Em contrapartida, a safra de sorgo deve apresentar queda de 3,2% na nova temporada, com produção de 3 milhões de toneladas.

As projeções para 2025/26 foram atribuídas a um “cenário climático neutro de médio prazo e excelentes reservas hídricas”. A Bolsa destacou, ainda, uma maior intenção por parte dos produtores em aplicar tecnologias nas lavouras, citando um potencial aumento de 8% no caso do milho com destino ao grão comercial.

“Entre as opções que se destacam como de maior ênfase estão a escolha do material genético de plantio e o uso de fertilizantes”, disse em nota.

Ainda assim, a entidade ressaltou que o volume produzido poderia ser maior, de 155 milhões de t, caso ocorresse maior adoção de tecnologia, políticas estáveis de longo prazo e redução da carga tributária.