O dólar avançou nesta quinta-feira, 3, ante maior parte dos rivais, impulsionado pela divergência de expectativas entre investidores e dirigentes do Banco Central Europeu (BCE) e Banco da Inglaterra (BoE), no dia seguinte à decisão do Federal Reserve (Fed). Na contramão de outras moedas da cesta DXY, o iene registrou ganhos sobre a moeda americana.

No fim da tarde em Nova York, o dólar recuava a 128,69 ienes, o euro baixava a US$ 1,0913 e a libra tinha queda a US$ 1,2239. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, subiu 0,47%, a 101,750 pontos.

O euro e a libra enfraqueceram frente ao dólar após o anúncio de aumento nos juros do BCE e do BoE. Segundo analistas, o mercado continua com expectativas de que o ciclo de aperto monetário estaria se aproximando do fim, apesar de dirigentes dos bancos europeus sinalizarem que a guerra contra a inflação ainda não terminou.

Na sessão, o euro ampliou perdas ante o dólar em meio à coletiva de imprensa com a presidente do BCE, Christine Lagarde, que afirmou não ser possível dizer que o processo desinflacionário já está em curso.

Apesar disso, o ING vê o avanço de hoje da moeda americana ante os pares europeus como pontual e espera um novo rali do euro a partir do segundo trimestre. O banco acredita que o BCE continuará seu aperto monetário e não prevê cortes de taxas ainda em 2023, o que deve fortalecer o euro nos próximos meses.

O TD Securities projeta que o euro ainda deve avançar sobre dólar, libra e franco suíço nos próximos meses.

Quanto a libra, analistas do Danske Bank projetam que a moeda britânica também deve se fortalecer levemente neste ano, considerando as projeções de desaceleração no crescimento global.

Investidores também aguardam a divulgação do payroll dos Estados Unidos, amanhã. Em relatório, o Rabobank afirma que o dados podem confirmar ou contrariar a habilidade dos mercados de ignorar os alertas hawkish feitos ontem pelo presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell.

Na contramão da força global do dólar, a moeda americana recuou frente ao iene,após vice-presidente do Banco do Japão, Masazumi Wakatabe, sinalizar que não devem haver mudanças na política monetária, descartando novas altas de juros.