O dólar avançou nesta segunda, 30, ante rivais, enquanto investidores aguardam decisões hawkish do Federal Reserve (Fed), Banco Central Europeu (BCE) e Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês). Dados econômicos fracos da Alemanha também orientaram negociações, alimentando expectativas do mercado por flexibilidade a partir do segundo semestre no aumento de juros por bancos centrais europeus, visão refutada por analistas.

No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 130,47 ienes, o euro recuava a US$ 1,0851 e a libra tinha baixa a US$ 1,2349. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, subiu 0,34%, a 102,276 pontos.

As negociações de câmbio nesta semana devem ser marcadas por maior volatilidade frente a diversos fatores de risco, aponta o ING. Segundo o banco, as decisões monetárias do Fed, BoE e BCE devem ser o centro da atenção dos investidores.

No pregão de hoje, a alta do dólar teve suporte da expectativa de um Fed hawkish, o que, na visão do ING, deve permanecer até a reunião de política monetária nesta quarta-feira, 1º. “Uma reação do Federal Reserve contra as especulações sobre flexibilização do aperto no segundo semestre deste ano pode fortalecer o dólar”, projeta.

Dados preliminares do Produto Interno Bruto (PIB) da Alemanha indicando contração na economia também orientaram as negociações. Segundo a Capital Economics, o resultado joga um balde de água na possibilidade do país e da zona do euro evitarem uma recessão técnica. Em contrapartida, o índice de sentimento econômico na zona do euro superou as expectativas do mercado e foi considerado uma “boa notícia” pela High Frequency Economics.

O Rabobank destaca que investidores ainda devem acompanhar de perto as decisões do BoE e do BCE, nesta quinta-feira, 2. Em relação ao Banco da Inglaterra, o Rabobank aponta que o mercado espera um aumento nas taxas até o meio do ano, quando devem começar a cair rapidamente devido a fraqueza da economia britânica. “Contudo, na nossa visão o BoE não deve cortar taxas até antes do ano que vem”, observa em nota.

Para o ING, o BCE também deve manter sua postura hawkish até 2024, elevando projeções positivas para o avanço do euro sobre o dólar.