O dólar operou com fortes ganhos nesta quinta-feira, 2, seguindo a postura do Federal Reserve (Fed), especialmente os comentários do presidente da autoridade, Jerome Powell, que deu indicações para a continuidade e até maior dimensão para as altas de juros nos Estados Unidos. O destaque nas desvalorizações foi a libra, que recuou fortemente após o presidente do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Andrew Bailey, dizer que os juros no Reino Unido não devem subir tanto quanto o mercado espera.

No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 148,24 ienes, o euro baixava a US$ 0,9757 e a libra recuava a US$ 1,1165. Enquanto isso, o índice DXY registrava alta de 1,42%, a 112,930 pontos.

Para a Western Union, no dia seguinte à abordagem reformulada do Fed para restaurar a inflação estável, o dólar registrou ganhos que o elevaram a picos de quase duas semanas em relação aos seus pares europeus. Ontem, Powell disse que, embora os aumentos das taxas possam desacelerar dos 75 pontos-base, eles também podem subir mais e permanecer lá por mais tempo, dada a persistência da inflação elevada.

Na visão de Edward Moya, analista da Oanda, as trajetórias dos bancos centrais estão divergindo e isso sugere que as recessões estão aqui e que a volatilidade cambial permanecerá elevada. Amanhã, as atenções deverão se voltar à publicação do payroll de outubro nos Estados Unidos.

Na visão da Western Union, as perspectivas para libra diminuíram depois que o maior aumento de juros do BoE em décadas veio com tons dovish. O banco central votou 7-2 para aumentar as taxas em 75 pontos base para 3%, o nível mais alto desde 2008. Os dissidentes preferiram aumentar as taxas em 25 e 50 pontos base. O BoE também alertou que a recessão em que a economia do Reino Unido já pode estar pode durar dois anos, lembra.

No caso do euro, a queda recuou após a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, afirmar que a inflação na região está muito alta, e que a elevação de juros ainda tem um caminho a percorrer. A dirigente disse não ter dúvidas de que precisa enfrentar a alta inflação apesar dos riscos recessivos, e que os preços irão retornar aos 2% no médio prazo.