04/01/2023 - 20:09
O dólar operou em baixa nesta quarta, 4, ante a maioria das moedas rivais, seguindo uma forte apreciação ante o euro na última sessão. Hoje, o movimento ocorreu apesar da publicação da ata relativa à última reunião do Federal Reserve (Fed) percebida como hawkish, mas que não trouxe elementos que alterassem substancialmente a percepção sobre a política monetária americana. No caso do iene, a postura do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) é alvo de escrutínio, uma vez que trocas no comando da autoridade podem representar uma mudança na política.
No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 132,58 ienes, o euro avançava a US$ 1,0607 e a libra tinha alta a US$ 1,2062. O DXY caiu 0,26%, a 104,518 pontos.
O BBH continua acreditando que a fraqueza do dólar no final de 2022 foi exagerada e espera que o dólar recupere grande parte dessas perdas nas próximas semanas e meses. “É importante notar que as expectativas de aperto do Banco Central Europeu (BCE) e do Banco da Inglaterra (BoE, em inglês) caíram nos últimos dias e vemos espaço para as expectativas de aperto do Fed subirem”, aponta.
A Capital Economics aponta que relatos recentes na mídia sugerem que o ex-vice-governador Hirohide Yamaguchi emergiu como um forte candidato à sucessão do governador Haruhiko Kuroda quando seu mandato à frente do BoJ terminar em 8 de abril. Em contraste com os outros dois principais candidatos, o atual vice-governador Masayoshi Amamiya e o anterior vice-governador Hiroshi Nakaso, Yamaguchi não serviu sob Kuroda e tem sido um crítico vocal da política monetária ultrafrouxa característica de Kuroda, que está por trás de uma forte desvalorização do iene nos últimos meses.
Na visão da consultoria, a nomeação de um candidato menos dovish para suceder Kuroda provavelmente sinalizaria que o Controle da Curva de Rendimento será abandonado em breve, embora ainda espere que o BoJ mantenha sua taxa básica de juros de curto prazo em -0,1%. “Isso resultaria em um fortalecimento adicional do iene, o que pesaria sobre os lucros corporativos e o investimento empresarial e resultaria em uma queda ligeiramente mais rápida da inflação”, projeta.