O dólar operou em baixa ante a maioria das moedas na última sessão do ano, encerrando um 2022 de forte valorização da moeda americana, que acompanhou especialmente o aperto da política monetária pelo Federal Reserve (Fed). A alta de juros pelo banco central americano deu impulso à moeda local, enquanto autoridades que mantiveram uma postura mais acomodatícia observaram desvalorizações, caso destacado do iene. Para o próximo ano, a continuidade do aperto do Fed para tentar combater a inflação segue um dos grandes temas para o câmbio. No caso do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês), um movimento na curva de juros na última decisão de política monetária da autoridade em 2022 deu fôlego ao iene e levantou perspectivas de mais aperto em 2023.

No fim da tarde em Nova York, o dólar estava caía a 131,04 ienes, o euro subia a US$ 1,0708 e a libra tinha alta a US$ 1,2083. O DXY caiu 0,30%, a 103,522. No ano, o índice acumulou alta de 8,24%.

“Continuaríamos alertando que a narrativa recente do mercado sobre a rápida desaceleração da inflação é, em nossa opinião, excessivamente otimista e que a determinação do Fed de reduzir a inflação provavelmente exigirá taxas de juros mais altas do que as atualmente precificadas pelos mercados”, avalia o Citi. Em 2022, as taxas de referência dos Fed funds passaram da faixa de 0,25% a 0,50% para 4,25% a 4,50%.

“Acreditamos que as reivindicações iniciais baixas e constantes de desemprego, mesmo em torno de um período de férias voláteis, apoiam a força contínua do mercado de trabalho, que deve ser reafirmada com o crescimento sólido de 195 mil empregos (com detalhes ainda mais fortes) em dezembro, divulgado na próxima sexta-feira”, projeta o banco, citando a publicação do payroll de dezembro. A próxima semana contará ainda com a publicação da ata referente à última reunião de política monetária do Fed, na quarta-feira, além do retorno das aparições públicas de dirigentes da autoridade após uma pausa por conta das festividades de final de ano.