01/02/2023 - 18:34
O dólar recuou ante boa parte dos rivais nesta quarta-feira, 1º, após o Federal Reserve (Fed) reduzir o ritmo de aperto monetário, elevando juros básicos em 25 pontos-base. Analistas apontam que o mercado mantém expectativas de que o banco central americano deve pausar em breve sua estratégia hawkish, apesar de sinalizações contrárias do presidente do BC americano, Jerome Powell.
No fim da tarde em Nova York, o dólar recuava a 128,85 ienes, o euro avançava a US$ 1,0995 e a libra tinha alta a US$ 1,2380. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, caiu 0,86%, a 101,217 pontos.
Hoje, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, em inglês) do Fed elevou os juros em 25 pontos-base, para a faixa entre 4,50% e 4,75% ao ano. O comunicado destaca que a estratégia hawkish deve continuar e a “extensão de futuros aumentos” será determinada considerando o aperto cumulativo e condições da economia americana.
Em coletiva de imprensa após a decisão, o presidente do Fed, Jerome Powell, reforçou que os dirigentes do banco central continuam fortemente comprometidos em reduzir a inflação para a meta de 2%, apontando que tendências de desinflação ainda estão em estágios preliminares. Segundo Powell, o Comitê não está discutindo pausa em aumento de juros neste momento.
Contudo, analistas apontam que o mercado parece ignorar a postura ainda hawkish do Fed, o que prejudicou as negociações do dólar nesta sessão.
O Rabobank analisa que os mercados decidiram que o Fed está se aproximando de uma pausa e provavelmente irá cortar os juros antes do final do ano. “No entanto, nossa projeção é de que o Fed deve continuar segurando os juros no seu pico até 2024, para retirar a alta inflação do setor de serviços”, avalia o banco.
Em relatório a clientes, a Capital Economics prevê que as negociações de câmbio devem ter alta volatilidade nessa semana e tensões do mercado financeiro devem pesar sobre a fraqueza do dólar.
Já o euro e a libra encerraram esse pregão registrando ganhos, na véspera das decisões monetárias do Banco Central Europeu (BCE) e Banco da Inglaterra (BoE). Dados da inflação na zona do euro, demonstrando persistência do núcleo inflacionário, devem ser suficientes para confirmar a postura hawkish do BCE e sustentar uma alta de 50 pontos-base nos juros, de acordo com o ING.