10/02/2023 - 18:39
O dólar avançou ante maior parte dos rivais nesta sexta, 10, depois que o avanço em uma leitura de expectativa de inflação nos Estados Unidos levou o mercado a ampliar as apostas por um juro terminal do Federal Reserve (Fed) acima de 5%.
Perto das 18h (de Brasília), a plataforma de monitoramento do CME Group indicava 29,9% de chance de que os juros básicos nos EUA cheguem a dezembro na faixa entre 5,00% e 5,25%, de 4,50% a 4,75% atualmente.
O movimento se intensificou após a Universidade de Michigan informar que a expectativa de inflação para 12 meses subiu de 3,9% a 4,2% em fevereiro, com base em números preliminares. À tarde, o presidente da distrital do Fed na Filadélfia, Patrick Harker, reforçou que os juros básicos devem superar 5% para controlar a inflação nos EUA.
A expectativa por um aperto monetário mais agressivo impulsionou a moeda americana. O índice DXY, que mede o dólar ante seis rivais fortes, fechou em alta de 0,40%, a 103,221 pontos, um avanço de 0,70% na semana.
A Capital Economics lembra que a referência voltou aos níveis do início do ano. Para a consultoria, o relatório de inflação ao consumidor (CPI) dos EUA de janeiro não deve impulsionar a moeda americana de forma significativa. “Em vez disso, acreditamos que o catalisador para uma maior alta do dólar será um azedamento do apetite pelo risco”, prevê, em meio às perspectivas por recessão nos países desenvolvidos.
Do outro lado do Atlântico, no fim da tarde, o euro recuava a US$ 1,0681. Hoje, a dirigente do Banco Central Europeu (BCE) Isabel Schnabel afirmou que o processo desinflacionário na zona do euro ainda não está totalmente em curso.
“Apesar de um ambiente de risco melhorado ajudando o euro pró-cíclico, a inflação abaixo do consenso na Alemanha ontem pode ter deixado os investidores mais cautelosos sobre outra recuperação do euro”, analisa o ING.
No mesmo horário citado acima, a libra baixava a US$ 1,2060, depois que o Reino Unido informou que o Produto Interno Bruto (PIB) do país ficou estagnado no último trimestre de 2022.
Na Ásia, o dólar recuava a 131,41 ienes, em meio à repercussão da notícia de que Kazuo Ueda deve ser nomeado pelo governo japonês para suceder Haruhiko Kuroda na presidência da do Banco do Japão (BoJ).
A divisa dos EUA subia ainda a 74,095 rublos russos, no dia em que o Banco da Rússia manteve juros em 7,5% pela terceira reunião consecutiva. Também em foco, o governo russo anunciou hoje corte na produção de petróleo.