O dólar operou em alta ante boa parte das moedas rivais no pregão desta quarta-feira, com dados dos Estados Unidos sugerindo recessão maior do que o antecipado pelo mercado. Falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), reforçando posicionamento hawkish, também pesaram sobre o apetite de risco dos investidores, fortalecendo a alta da moeda.

No fechamento, o índice DXY, que mede a divisa americana ante seis rivais fortes, recuou 0,03%, aos 102,363 pontos. O dólar subia a 128,84 ienes, o euro avançava a US$ 1,0794 e a libra subia a US$ 1,2340.

Pela manhã, o dólar registrou ampliação da queda, após dados mais fracos das vendas de varejo nos Estados Unidos criarem expectativas de redução nas taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed).

No entanto, notícias de congelamento de contratações pelo Bank of America (BofA) e de demissões na Microsoft, além de falas de dirigentes do Fed mantendo postura hawkish, pesaram sobre o apetite de risco dos investidores, sugerindo uma recessão mais intensa na economia americana do que o esperado.

Segundo análise da Capital Economics, esses fatores levaram a um “paraíso seguro” para o dólar americano e o iene japonês, reduzindo as perdas registradas durante a manhã. “Esperamos que o apetite por risco piore ainda mais nos próximos meses, apoiando ambas as moedas”, projeta a consultoria.

Durante o pregão desta quarta, o euro inverteu o movimento de alta ante o dólar e passou a registrar leve queda, após dados da inflação ao consumidor (CPI) da zona do euro confirmarem a desaceleração da taxa anual para a 9,2% em dezembro.

O iene, por sua vez, operou sob influência da decisão de política monetária do Banco do Japão (BoJ), que manteve inalterados os juros e os limites do controle da curva de juros (YCC, na singla em inglês).

Entre emergentes, o dólar avançava a 182,4843 pesos argentinos, após o governo local anunciar a recompra de mais de US$ 1 bilhão de dívida externa. No mercado paralelo, o chamado dólar blue foi negociado a 377 pesos argentinos, uma queda em relação à sessão anterior, de acordo com o jornal El Cronista