O dólar operou sem sinal único nesta sexta-feira, 26, ante a maioria das moedas, encerrando uma semana de ganhos para o ativo americano ante os rivais. As perspectivas para um maior aperto na política monetária pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) foram reforçadas ao longo dos últimos dias, quando dados mostraram uma maior resiliência da economia dos Estados Unidos, assim como a persistência da inflação.

Nesta sexta, o índice de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) deu maiores indicativos de que o Fed deverá ter que elevar ainda mais os juros no país, o que impulsionou o dólar por parte da sessão. No entanto, o movimento perdeu força ao longo do dia.

No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 140,64 ienes, o euro recuava a US$ 1,0730 e a libra tinha alta a US$ 1,2349. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou baixa de 0,04%, a 103,198 pontos, mas com ganho de 0,97% na comparação semanal.

Pela terceira semana consecutiva, o dólar obteve ganhos em relação à maioria das outras moedas importantes, aponta a Capital Economics. “Não achamos que o fluxo de notícias sobre o teto da dívida dos EUA (que passou de positivo para negativo e vice-versa esta semana) teve muita influência sobre o dólar líquido, que subiu constantemente ao longo da semana”, avalia. Em vez disso, sua força pode ser atribuída a mudanças nas lacunas de rendimento, com os rendimentos dos EUA geralmente subindo mais do que em outros lugares, à medida que os investidores adotam novamente a história sobre os juros de “mais alto por mais tempo”, diz a consultoria.

O monitoramento do CME Group mostrou crescimento na possibilidade de uma alta de 25 pontos-base nos juros pelo Fed na próxima decisão, de 14 de junho. Essa chance estava em 56,3%, de 51,7% ontem, enquanto a de manutenção recuava de 48,3% ontem a 43,7% hoje. Entre os dados, o núcleo do PCE veio acima do esperado, o que reforça o fato de que a inflação mostra persistência nos EUA.

“Essa mudança favorável nas expectativas de taxa de juros provavelmente se deve muito ao fato de que os dados de atividade nos EUA permaneceram mais resilientes em relação às expectativas de consenso, do que os dados em outras grandes economias, como a zona do euro e a China”, afirma a Capital Economics. Por enquanto, a consultoria mantém a visão de que o crescimento nos EUA e em outras grandes economias acabará por desapontar e que, como resultado, a demanda por portos seguros empurrará o dólar para cima. “De qualquer forma, também não achamos que um pouso suave na economia seria necessariamente negativo para o dólar”, pondera.