12/10/2022 - 17:54
O dólar subiu ao maior nível ante o iene em 32 anos durante a sessão desta quarta-feira, 12, à medida que a moeda americana se valorizou diante de renovados sinais de fraqueza na economia global. Contudo, a divisa dos Estados Unidos perdeu fôlego na etapa da tarde. Os investidores ficaram de olho ainda em dados de inflação nos Estados Unidos e na ata da mais recente reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês).
No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 146,86 ienes, de 145,84 ienes ontem. Analistas do MUFG Bank notaram que o Banco do Japão (BoJ) não parece preocupado em defender níveis de sua moeda. “As autoridades japonesas intervieram em 22 de setembro logo abaixo do nível de 146 ante o dólar e não o repetiram nesta ocasião”, disse o analista de câmbio do MUFG, Lee Hardman, em nota.
Além dessa questão do mercado, o dólar ganhou força hoje ante o euro, diante de renovados temores em relação à atividade econômica do Velho Continente, que sente os efeitos da guerra da Rússia contra a Ucrânia. A moeda comum caiu a US$ 0,9707, de US$ 0,9711 ontem.
Esse fator foi um dos citados pelo Fed em sua mais recente reunião de política monetária. Os dirigentes da instituição pontuaram fraqueza na economia global decorrente do conflito e da desaceleração da economia da China. Assim, participantes do colegiado observaram que “seria importante calibrar o ritmo de mais aperto de política com o objetivo de mitigar o risco de efeitos adversos significativos nas perspectivas econômicas” diante das incertezas globais, segundo a ata do encontro.
Esse trecho foi notado por analistas como uma inclinação “dovish” da instituição. No mercado, a ajudou a tirar força do dólar.
Ainda assim, a ata do Fed destacou que a instituição está de olho nos riscos de alta da inflação e que, por isso, serão necessárias mais elevações de juros. Mais cedo, o Departamento do Trabalho dos EUA informou que o índice de preços ao produtor (PPI) avançou 0,4% em setembro ante agosto. O resultado ficou acima da previsão de avanço de 0,2% no período, feita por analistas consultados pelo Wall Street Journal. O núcleo, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, também subiu 0,4% na comparação mensal de setembro, acima da projeção de alta de 0,3%.
O indicador reforçou a expectativa com o índice de preços ao consumidor (CPI), divulgado amanhã às 9h30.
Destaque ainda à subida da libra ante o dólar (de 1,0986 ontem a 1,1102 hoje), mesmo depois de o Banco da Inglaterra (BoE) reiterar que o programa temporário de apoio ao mercado de títulos britânicos termina esta semana. O DXY terminou estável, em 113,320 pontos (de 113,321 ontem).
*Com Dow Jones Newswires