18/08/2020 - 17:30
A percepção entre agentes do mercado de que a recuperação da economia americana será mais lenta do que a europeia, considerando o impasse em torno de um novo pacote fiscal nos Estados Unidos, seguiu dando força ao euro e pressionando o dólar no exterior ao longo da sessão desta terça-feira, 18.
Com isso, perto do horário do fechamento das bolsas de Nova York, a moeda americana caía a 105,38 ienes, o euro subia a US$ 1,1937, após bater US$ 1,19665 ao longo do dia, maior valor em dois anos, enquanto a libra esterlina avançava a US$ 1,3250. O índice DXY, que mede a variação do dólar ante uma cesta de seis rivais fortes, fechou em queda de 0,62%, a 92,271 pontos. Durante a sessão, bateu em 92,127 pontos, menor nível em dois anos.
Analista de câmbio da BK Asset Management, Boris Schlossberg afirma em relatório enviado a clientes que a “desordem política” nos EUA está “claramente pesando sobre o dólar”, considerando o que chamou de “fracasso” na coordenação da política fiscal. “Quanto mais tempo o impasse em Washington permanecer, maior é o perigo para a liquidação do dólar”, completa.
Justamente por isso, o mercado tem precificado uma recuperação econômica mais rápida na Europa, onde acordo por amplo pacote fiscal foi costurado recentemente. “O euro permanece em grande parte impulsionado pela perda do dólar, à espera do principal catalisador – os PMIs da zona do euro – no final desta semana”, explica o ING.
Frente a divisas emergentes, o dólar conseguiu avançar ante o peso argentino em meio a rumores de que o presidente da Argentina, Alberto Fernández, pode ampliar o controle cambial no país, como relata o jornal El Cronista. No mesmo horário, o dólar subia a 73,4277 pesos argentinos.