O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, chegou a avançar nesta terça-feira, com o iene e a libra inicialmente sob pressão. O movimento, porém, não se sustentou e o DXY recuou no dia, enquanto a libra terminou por registrar ganho.

No fim da tarde em Nova York, o dólar subia 132,63 ienes, o euro avançava a US$ 1,0709 e a libra tinha alta a US$ 1,2600. O índice DXY fechou em baixa de 0,12%, em 102,318 pontos.

Sinais da economia eram avaliados. O modelo GDPNow, do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Atlanta, apontava hoje para crescimento de apenas 0,9% no Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA no segundo trimestre, de alta de 1,3% na semana anterior. O Banco Mundial, por sua vez, cortou sua projeção para o crescimento global neste ano, de 4,1% a 2,9%.

Entre moedas em foco, o iene chegou a bater mínima desde abril de 2002, diante da postura relaxada do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) em sua política monetária, reafirmada hoje pelo presidente da instituição. Em quadro de perspectiva de altas de juros nos Estados Unidos, o ANZ aponta que a moeda japonesa tem sido sensível ao avanço dos retornos dos Treasuries.

A libra também chegou a ficar pressionada. A Western Union comenta, em relatório a clientes, que o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, parece mais fraco politicamente, mesmo após ter sobrevivido ontem a uma votação no Parlamento que poderia derrubá-lo. Para a Western Union, a margem “modesta” da vitória não dá garantias de que Johnson terminará seu mandato, com muitos também perdendo a confiança na perspectiva econômica britânica, segundo ela.

O ING, por sua vez, diz ver riscos de baixa para a libra, mas acredita que os mercados estariam exagerando os potenciais efeitos da votação de ontem sobre o futuro do premiê. O ING acredita que outros fatores devem ter mais peso nos rumos da moeda local, como a política do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) e a desaceleração da perspectiva econômica do Reino Unido.

O rublo, por sua vez, chegou a avançar em parte do dia, mas caiu. Analistas dizem que a moeda tem sido apoiada sobretudo por medidas de controle cambial da Rússia, penalizada por sanções por causa da guerra na Ucrânia, mas as medidas punitivas provocam custos econômicos consideráveis para o país. Hoje, a secretária de Estado americana, Janet Yellen, reafirmou o compromisso de pressionar Moscou por causa da guerra na Ucrânia. No horário citado, o dólar subia a 62,410 rublos.