01/01/2010 - 0:00
Opções: o presidente da Câmara de Equideocultura da CNA explica que criadores de cavalos já podem levantar recursos para custeio e investimentos
Agora é oficial: a criação de cavalos é uma atividade pecuária e não há conversa. Quem explica a situação é Pio Guerra, justamente o homem responsável por um estudo da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil que dois anos atrás mostrou que o mercado de cavalos, muares e similares movimenta mais de R$ 7 bilhões ao ano.
Guerra é também presidente da Federação Agrícola do Estado de Pernambuco e explica que há, sim, dinheiro disponível nos bancos oficiais. “A equideocultura, por determinação do Ministério da Agricultura, já é enquadrada como uma atividade pecuária e deve receber os mesmos recursos e financiamentos”, diz.
Na prática, isso quer dizer que operações simples, como uma reforma de pastagem e a compra de um reprodutor, podem ser lançadas como investimentos e, para isso, o criador está apto a recorrer às linhas de crédito oficiais. “Até a compra de ração pode ser financiada”, explica. Guerra diz que esse tipo de operação está disponível há mais de um ano, porém, a falta de informação impede que o dinheiro flua.
Criador de cavalos da raça mangalarga marchador, ele diz que a atividade passa por um bom momento. Animais valorizados nos leilões e liquidez nas operações são alguns dos pontos destacados por Guerra.
Para o representante da CNA , o Brasil tem se destacado na venda de cavalos de sela e desenvolvido uma importante especialização nesse ponto. “São animais de andadura macia, que agradam aos apreciadores de longas cavalgadas. Então o mercado externo se torna uma opção natural”, pondera.
Um dos problemas, porém, ocorreu no começo do ano, quando uma doença chamada “mormo” acometeu um cavalo na Grande São Paulo.
Tratando-se de questões sanitárias, o efeito é proporcional a um caso de febre aftosa em rebanho bovino. “Isso atrapalhou demais, tínhamos negócios em andamento com a Europa e os Estados Unidos, que são bons pagadores e agora as exportações estão mais complicadas”, lamenta. Para 2010, Guerra acredita num mercado aquecido.
“Temos algumas raças indo muito bem, como mangalarga, quarto- de-milha e lusitano, com grandes volumes de negócios”, completa.