A Anfavea, entidade que representa as montadoras, informou nesta sexta-feira, 6, que 250 mil veículos deixaram de ser produzidos durante o ano passado por falta de componentes eletrônicos. A escassez de semicondutores (chips) no mundo se tornou o maior gargalo de produção do setor nos últimos dois anos, provocando constantes paradas de produção.

Apesar disso, a direção da Anfavea avalia que a regularidade no fornecimento de peças vem melhorando em meio à desaceleração das economias desenvolvidas, o que freia a demanda por componentes.

As montadoras produziram 2,37 milhões de veículos no ano passado, um resultado que supera em 5,4% o total fabricado em 2021. O balanço da Anfavea engloba carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus.

“Percebemos uma maior suavidade na crise dos semicondutores”, comentou Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, antes de lamentar, durante apresentação dos números finais de 2022 à imprensa, que o ano teria sido melhor se a falta de peças não tivesse sido “tão pesada”.

As vendas de veículos terminaram 2022 com queda de 0,7% na comparação com o ano anterior. A direção da Anfavea explicou que, além dos fechamentos e menor movimento nas concessionárias nos dias de jogos da seleção brasileira na Copa do Mundo, os departamentos de trânsito de diversos Estados não emplacaram carros no último dia do ano, o que prejudicou a contabilização das vendas de dezembro nas estatísticas.

Leite considerou que os números da indústria seguem baixos, se considerado que dez anos atrás as vendas superaram 3,8 milhões de veículos e os estudos encomendados pelas marcas, além da própria Anfavea, apontavam para um mercado que chegaria a 4,5 milhões a 5 milhões de unidades por ano.

Com as vendas girando ao redor de 2 milhões de veículos nos últimos três anos, o presidente da Anfavea pontuou que as fábricas operam com ociosidade relevante.