Morreu nesta sexta-feira, 11, aos 80 anos, o economista Amir Khair. Ele foi secretário de Finanças da cidade de São Paulo durante o mandato de Luiza Erundina (1989 – 1992). “Meu pai partiu dormindo. Ele era uma pessoa tranquila e partiu dessa mesma forma”, disse Sérgio Khair, filho do economista. Ele não enfrentava nenhuma doença grave e mantinha isolamento social devido à pandemia de covid-19. Deixa dois filhos e dois netos.

Colunista do Estadão de 2005 a 2017, Khair era mestre em Finanças Públicas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Ele criou um sistema de acompanhamento de gestão fiscal para a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) e atuou como consultor fiscal, orçamentário e tributário. Também prestou assessoria em gestão financeira nas prefeituras de Belo Horizonte, Salvador, Goiânia, Ipatinga, Londrina, Angra dos Reis e Juiz de Fora.

O economista era um feroz defensor dos juros baixos – defendia que as altas taxas brasileiras eram um entrave ao crescimento do País. Também fazia uma crítica constante aos altos lucros dos bancos, como conta o filho Sérgio. “Ele tinha uma grande luta contra os juros e os lucros bancários”, diz.

Outra característica do pai ressaltada por Sérgio era a vontade de repassar a informação e o conhecimento. “Ela gostava muito de falar com a imprensa. Não importava se era um veículo pequeno ou grande, a vontade de passar a informação era sempre idêntica.” Khair escreveu quatro livros e deixou mais dois encaminhados. “Vamos dar continuidade a esses livros para manter seu legado vivo”, garante o filho.

Luiza Erundina e Guilherme Boulos, pré-candidato à prefeitura de São Paulo pelo PSOL, lamentaram a morte em suas redes sociais. “Perdi um irmão, um ser humano especial, um guerreiro. Vai deixar um vazio enorme, vai fazer muita falta à nossa luta”, escreveu a deputada federal. “Amir teve papel destacado como Secretário de Finanças do governo popular de Luiza Erundina”, disse Boulos.

Paulo Teixeira (PT), deputado federal, falou sobre a morte de Amir Khais no Twitter. “Grande economista que contribuiu enormemente para desbravar os conhecimentos em finanças públicas para alavancar políticas públicas. Foi um grande brasileiro!”, escreveu.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.