O setor portuário brasileiro movimentou 1,209 bilhão de toneladas no ano passado, o que representou uma redução de 0,4% em relação a 2021, quando houve registro recorde. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, 8, pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). O que puxou o número para baixo foi a movimentação do primeiro semestre de 2022, com uma queda de 3,4%, cenário aliviado pelo crescimento do segundo semestre. Nos últimos seis meses do ano, a alta na movimentação foi de 2,6%.

O diretor-geral da Antaq, Eduardo Nery, comemorou o número de 2022. Ele destacou que a movimentação foi muito próxima de 2021, sendo que o ano passado foi marcado por eventos mundiais importantes, como o início da guerra na Ucrânia e a desaceleração da economia chinesa.

“Um desempenho que merece ser comemorado. É um resultado praticamente idêntico ao do ano passado, que foi histórico. Num ano que tivemos efeitos da guerra da Ucrânia, desaceleração na China, é um resultado muito bom”, disse Nery. “O que a gente precisa é que nossos portos não sejam gargalos. Que atendam toda a demanda que se apresenta. E isso tem acontecido”, completou o diretor-geral.

Uma das cargas que puxaram a queda foi o minério de ferro. Passaram pelos portos brasileiros 360,6 milhões de toneladas do produto, uma redução de 2,7% na comparação com 2021.

De acordo com a Antaq, a navegação de interior – com 73,1 milhões de toneladas movimentadas – registrou o maior crescimento de 2022, com alta de 11,2% ante 2021. O destaque nesse setor foi o granel sólido, que cresceu 15,36%, seguido de granéis líquidos e gasosos, com variação positiva de 14,1%. Já a carga conteinerizada teve alta de 3,64% na movimentação interior, enquanto que a carga geral apresentou queda de 3,14% em comparação a 2021.

Ainda neste modal, o milho registrou o maior crescimento (+83,79%); seguido pelo minério de ferro (+62,05%); semirreboque baú (+38,72%) e fertilizantes (+23,46%).

Já a navegação de longo curso movimentou 849,6 milhões de toneladas em 2022, com queda de 0,75%. Na cabotagem, a movimentação foi de 283,3 milhões de toneladas, também uma redução, de 1,89%.

No total, em 2022, houve alta de 0,8% em movimentação de cargas de granéis sólidos, com 712 milhões de toneladas que passaram pelos portos. Já a carga geral cresceu 6,33%, com 63,2 milhões de toneladas movimentadas. Por sua vez, os granéis líquidos e gasosos (-3%) e a carga conteinerizada (-3,5%) registraram queda.

Minerais

Para o setor mineral, os portos em 2022 movimentaram 450,34 milhões de toneladas, queda de 2,8% ante 2021.

“A queda foi puxada pela diminuição da movimentação de minério de ferro, que movimentou 360,6 milhões de toneladas (-2,7% quando comparados a 2021)”, destaca a Antaq.

O Ferro e o Aço registraram queda de 3,2%, enquanto as obras de ferro fundido, ferro e aço tiveram alta de 1,5%.