12/08/2020 - 22:04
A MRV Engenharia, maior construtora residencial do País, obteve lucro líquido de R$ 124 milhões no segundo trimestre de 2020. O montante foi 34,6% menor que o do mesmo período de 2019, segundo balanço publicado nesta quarta-feira, 12.
A queda no lucro se deve a descontos nas vendas de imóveis, aumento nas despesas com juros e doações para causas sociais devido à pandemia.
A MRV passou a adotar uma política comercial mais agressiva nos últimos meses, com descontos em torno de 5% na venda dos imóveis, como forma de ganhar liquidez e reduzir os estoques. Por outro lado, isso levou a uma redução na margem bruta de 30,7% para 28,4% no período.
A companhia também registrou um resultado financeiro (saldo entre despesas e receitas com juros) positivo em R$ 15 milhões, que foi 64,8% menor, explicado pelas captações no trimestre, que somaram R$ 492 milhões.
A construtora informou ter destinado R$ 7,5 milhões para doações. Sem este desembolso, o lucro teria chegado a R$ 131,5 milhões – neste caso, o equivalente a um recuo de 30,7% em vez de 34,6%.
O balanço mostrou ainda que o Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) somou R$ 232 milhões, queda de 9,9% na comparação entre os mesmos períodos. A margem Ebitda encolheu de 16,5% para 14,2%.
Por sua vez, a receita líquida totalizou R$ 1,639 bilhão, aumento de 5,2%, seu maior patamar de todos os tempos, ajudada pelas vendas recordes.
Conforme já divulgado, as vendas líquidas atingiram R$ 1,813 bilhão no segundo trimestre de 2020, alta de 37,4% na comparação anual. Já os lançamentos caíram 47,9%, chegando a R$ 942 milhões, por conta do fechamento do comércio provocado pela quarentena.
A MRV encerrou o trimestre com R$ 2,558 bilhões em caixa, leve alta de 3,2%. A empresa tem R$ 807 milhões em dívidas corporativas com vencimento nos próximos 12 meses.
A dívida total foi a R$ 3,659 bilhões, alta de 20,5%, por conta da captação já citada. E a dívida líquida atingiu R$ 1,039 bilhão, aumento de 99,1%.
A alavancagem (medida pela relação entre dívida líquida e patrimônio líquido) subiu de 10,5% para 19,3%.