O sinal verde já foi dado. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) liberou o uso de produtos beta-agonistas na pecuária. Trocando em miúdos, trata-se de um aditivo que acrescentado à alimentação, na fase de terminação do bovino em confinamento, promove o aumento da sua massa muscular. A MSD Saúde Animal, unidade de negócios global da fabricante alemã de medicamentos Merck, foi a primeira empresa a receber, em 25 de junho, o registro concedido pelo Mapa do beta-agonista Zilmax. “Essa é a revolução competitiva de que a pecuária nacional precisava”, afirma Vilson Simon, presidente da MSD, no País.

O Zilmax será produzido pela fábrica da filial francesa do grupo, e até o fim deste mês chegará ao Brasil, numa primeira remessa de quatro toneladas. De acordo com Simon, esse volume é suficiente para abastecer os cochos de pelo menos um milhão de bovinos. O produto adicionado à alimentação, entre 20 e 40 dias da terminação do animal, ainda contará, por medida de segurança alimentar, com um período de retirada de três dias antes do abate. “A pecuária brasileira terá um ganho entre 10% e 20% de produtividade, em volume de carcaça”, afirma Simon.

Ainda segundo o presidente da MSD, os produtos beta-agonistas utilizados há 14 anos na pecuária americana, além de Canadá, México, África do Sul e Austrália, devem movimentar mais de US$ 100 milhões anualmente no Brasil, que projeta confinar 4,5 milhões de bovinos em 2012.

Há pelo menos uma década, os pecuaristas brasileiros reivindicavam a mudança no marco regulatório para bovino, a Instrução Normativa 10, que impedia o uso dos beta-agonistas. O movimento de pressão ganhou força desde a Conferência Internacional de Confinadores (Interconf), realizada em Goiânia, em 2010. O impedimento foi revogado com a Instrução Normativa 55, apenas no fim do ano passado. A MSD aguardava, de acordo com Simon, há dois anos pelo registro do Zilmax. Até aqui, o uso de betaagonistas era permitido apenas na suinocultura do País.