06/06/2022 - 16:41
O esqueleto de uma baleia-cachalote (physeter macrocephalus) com mais de 15 metros de comprimento foi doado ao acervo do Museu Nacional, no Rio, parcialmente destruído em um incêndio em 2018. “A chegada da baleia-cachalote permite que o museu explore temas e desenvolva inúmeras pesquisas relacionadas à biodiversidade”, afirmou o diretor da instituição, Alex Kellner.
A peça, doada pela ONG Aquasis para a recomposição do acervo, já pode ser vista na Cidade das Artes, que fica na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, na exposição “Que baleia é essa?”. O Museu Nacional só deve ser reaberto em 2027.
“O esqueleto doado à instituição tem uma importância ainda maior pela forma como chegou até nós, como mais uma conquista da campanha #Recompõe, lançada em 2021, voltada para a recomposição do acervo do museu”, disse Kellner. “O objetivo continua sendo o de sensibilizar museus, instituições de pesquisa, diferentes coletividades representativas da nossa sociedade e colecionadores de todo o mundo a doarem peças originais.”
A baleia-cachalote se tornou muito conhecida (e temida) depois que o escritor americano Herman Mellville lançou o clássico Moby Dick, em 1851, sobre a busca do capitão Ahab pela gigante que lhe arrancara uma perna.
O esqueleto montado no Rio é de um animal adulto, do sexo masculino, medindo 15,7 metros, que encalhou na praia de Curimãs, município de Barroquinhas, no Ceará, em janeiro de 2014. A exposição na Cidade das Artes conta ainda com duas vitrines com os dentes da baleia, seu ouvido interno e um modelo da baleia em vida.
O incêndio
Fundado por D. João VI em 1818, o Museu Nacional funcionava na antiga residência oficial dos imperadores brasileiros. A construção fica na Quinta da Boa Vista, hoje um parque em São Cristóvão, na zona norte carioca. Desde 1946, é vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Na noite de 2 de setembro de 2018, o fogo destruiu totalmente o prédio da sede do museu. Praticamente todo o acervo – 12 mil peças – foi reduzido a cinzas. Um inquérito da Polícia Federal concluiu que o incêndio foi resultado de um curto-circuito em instalações de refrigeração de ar. A previsão orçamentária para a recuperação de todo o museu é de R$ 385 milhões.