Pressionada pelo estreitamento da vantagem na disputa pelo Palácio do planalto, a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) subiu o tom contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) e, em inserções que serão levadas à televisão, resgatou elogios do candidato à reeleição a Alfredo Stroessner, ditador do Paraguai entre 1954 e 1989, acusado de pedofilia, tortura e assassinato.

O vídeo apresenta o histórico de Stroessner e exibe, em seguida, um elogio feito por Bolsonaro ao ditador em fevereiro, na cerimônia de posse do diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Anatalício Risden Júnior.

“Você sabe quem foi Alfredo Stroessner? Foi um ditador sanguinário conhecido por ser um dos maiores pedófilos do mundo. Stroessner abusou de mais de 1600 crianças. Matava e enterrava as ossadas em casa. Mesmo assim, Bolsonaro continua mostrando sua admiração ao ditador pedófilo”, diz a propaganda do PT. “Homenagem a pedófilo assassino? É esse homem que diz defender a família”, segue a inserção.

A estratégia de associar Bolsonaro com pedofilia ganhou força no final de semana, após o candidato à reeleição dizer que “pintou um clima” com meninas venezuelanas menores de idade em suposta situação de prostituição.

O ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), chegou a proibir o PT de explorar politicamente a declaração em suas peças publicitárias. Em entrevista ao Flow Podcast na última terça-feira, Lula afirmou que Bolsonaro se comporta como um pedófilo.

A campanha petista decidiu subir o tom contra o presidente, que também mantém a eleição em temperatura elevada, após a divulgação do Datafolha de ontem. A pesquisa mostrou um cenário apertado no segundo turno. Lula aparece com 52% dos votos válidos e Bolsonaro, com 48%.