Kiev, 7 – O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pediu por um corredor seguro para que os navios ucranianos possam exportar os grãos produzidos no país, de forma a evitar escassez de alimentos na África e na Ásia. “É importante para nós que haja um corredor de segurança… que a frota deste ou daquele país garanta o transporte dos grãos”, disse Zelensky, em coletiva de imprensa. Segundo ele, Kiev está conversando com países como Turquia e Reino Unido sobre garantias de segurança aos navios ucranianos.

Zelensky acrescentou que “se agora temos 22 a 25 milhões de toneladas bloqueadas nos portos, no outono podemos ter 75 (milhões de toneladas)”.

A questão dos grãos bloqueados estará na agenda de quarta-feira durante a visita do ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, à Turquia. Ancara está envolvida nos esforços das Nações Unidas para chegar a um acordo para o embarque de grãos ucranianos em meio a uma crescente crise alimentar.

Zelensky disse que Kiev não foi convidada, possivelmente porque a Turquia quer primeiro obter garantias de segurança da Rússia para seus próprios navios. Ele explicou que a Ucrânia não pode exportar grandes carregamentos de grãos por ferrovias por causa dos longos prazos de entrega, embora Kiev esteja em negociações com a Polônia e os países bálticos. Um transporte através do território de Belarus, aliada da Rússia, não é uma opção, disse ele.

Limitações

A capacidade da Ucrânia de exportar grãos armazenados permanece limitada, pois as rotas do Mar Negro continuam inacessíveis, afirmou Dmytrasevych Markiyan, vice-ministro do país para política agrária e alimentos. Por meio de rotas ferroviárias, fluviais e terrestres, a Ucrânia tem atualmente uma capacidade máxima de exportação de 2 milhões de toneladas de grãos e oleaginosas, em comparação com a capacidade de 5 milhões de toneladas antes de as rotas serem bloqueadas, disse Markiyan na Conferência do Conselho Internacional de Grãos em Londres.

Ainda segundo ele, o país exportou cerca de 1,7 milhão de toneladas em maio. “Agora temos um problema de falta de capacidade de armazenamento e precisaremos de anos para exportar todos os nossos grãos”. Fontes: Associated Press e Dow Jones Newswires.