O Brasil deve fechar 2015 com cerca de cinco milhões de bovinos terminados em engorda intensiva nos confinamentos, nos quais os animais permanecem por cerca de 90 dias. A ferramenta garante maior segurança para que o produtor entregue ao frigorífico animais padronizados no peso e no acabamento das carcaças. Pela qualidade do trabalho desenvolvido, a AC Proteína, que pertence ao empresário Daniel Conde, foi bicampeã na categoria CONFINAMENTO DE PRODUTOR, entre os Destaques da Pecuária no prêmio AS MELHORES DA DINHEIRO RURAL 2015.

Os números impressionam. A unidade de Guarda Mor (MG), com capacidade estática para abrigar 50 mil bovinos, e a de Jussara (GO), para 75 mil, devem receber nos próximos anos até 300 mil animais, por safra. Atualmente, o sistema recebe 220 mil animais por safra.

Entre os investimentos mais importantes deste ano está o término da infraestrutura da unidade de Goiás. De acordo com Davi Leite, diretor de operações da empresa, o confinamento ganhou um moderno sistema de flocular grãos, capaz de transformar o cereal em um tipo de corn flakes, permitindo que o milho ingerido pelos animais seja mais facilmente absorvido. A equipe de 150 funcionários que lida com o gado também foi treinada para realizar toda a apartação baseada em técnicas de bem-estar animal, além da previsão de um hospital veterinário, em 2016. “São medidas que visam o bem-estar animal”, diz Leite.


Daniel Conde proprietário da  AC Proteína

Na empreitada, Conde tem como parceiro o fundo americano de investimento Black River. “Precisamos maximizar a engorda do gado e gerar o máximo retorno do que foi investido”, afirma o produtor. “Por isso, vamos verticalizar a cadeia produtiva.” O projeto de Conde para 2016 e 2017 é passar a monitorar a carne produzida pela AC Proteína até o consumidor final, e que pode evoluir para uma marca própria. “Nós já estamos estruturados para oferecer o produto com regularidade”, afirma Conde. No mercado externo, a empresa já está em negociações adiantadas com clientes nos Estados Unidos e na China.

Para dar respostas ágeis na demanda esperada, Conde montou um sistema com possibilidade de mudanças rápidas na gestão do gado. “A flexibilidade na engorda virou prioridade, desde que começamos os planos de crescer rapidamente”, afirma o produtor.