A irrigação refere-se à técnica desenvolvida durante o império persa (e utilizada até hoje) que tem o objetivo de fornecer água para as plantas em quantidade suficiente e no momento certo para garantir a produtividade e a sobrevivência delas. Parece uma ação simples se aplicada somente a uma planta, mas quando ela se estende às dimensões de uma lavoura, esse parecer muda. Se trouxermos o verbo irrigar para nosso presente, o aqui e agora, é um tanto complicado conjugá-lo. Em tempos de crise hídrica qualquer coisa relacionada à água está sujeita a muitas críticas – até porque o consumo hídrico da agricultura brasileira chega a 72% de toda a água disponível para consumo.

Em alguns momentos a sociedade critica os produtores rurais, deixando a agricultura como vilã da crise hídrica, quando na verdade buscam diariamente por novas tecnologias que além de beneficiá-los, não impactarão negativamente no meio ambiente. Até porque dependem diretamente dele.

Nessa atmosfera de falta d’água e muitas críticas, para que a agricultura brasileira não se torne uma grande ‘ladra’ desse bem que tanto nos faz falta, um “novo” sistema de implantação foi adotado pelos agricultores a fim de economizar água – economia que chega a 33%. Esse “novo” sistema de irrigação é o de irrigação por gotejamento. Método que foi desenvolvido em Israel há 50 anos e que chegou ao Brasil há 20 anos, mas ainda é pouco usado no País se considerarmos a área de irrigação do Brasil, cerca de 30 milhões de hectares, sendo que menos de cinco milhões usam o gotejamento, segundo dados da ABIMAQ (Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos). A irrigação por gotejamento consiste em levar água pontualmente e na medida certa para a planta através de tubos com gotejadores.

Essa tecnologia tem ajudado os produtores rurais a produzir mais com menos água, porque juntamente com este produto vital, esses tubos permitem o transporte de fertilizantes, garantindo a prática da fertirrigação.

Ainda há quem tenha certa resistência à instalação dessa prática. Alguns dizem que não adotaram ainda porque desconfiam que o material contamina o solo, ou é muito caro, não supre a necessidade das plantas em dias quentes etc. O fato é que precisamos desmistificar isso.

O material que constitui os tubos é 100% reciclável e certificado pelo ISSO 16438 do segmento, garantindo que não haja a contaminação da natureza, visto que o compromisso da empresa responsável pela fabricação deles é diretamente ligado à ela. O novo material adotado para a confecção, além de preservar o meio ambiente é leve e flexível, garantindo maior durabilidade e facilidade na aplicação. Por ser mais robusto permite que máquinas passem por cima dele sem efetuar qualquer tipo de dano.

Em relação ao preço do serviço, precisamos pensar no custo benefício. Em culturas como o café, por exemplo, o investimento se paga em menos de um ano, por conta da produtividade. Em outras culturas, no máximo em três anos.

Para a implantação deste sistema gota-a-gota, um estudo prévio é feito para levantar dados sobre o clima, o solo e a evapotranspiração da planta, para que essa irrigação atenda 100% das necessidades da cultura tanto nos dias quente, frios, secos ou chuvosos.

Sem dúvidas a utilização do sistema de irrigação por gotejamento é sinônimo de sucesso para o futuro da agricultura brasileira, pois além de uma melhor utilização da água disponível e uma economia de mão de obra, o produtor terá resultados supreendentemente positivos.

A agricultura está indo em direção à sustentabilidade, e para que este caminho seja cada vez mais curto, é necessário que a busca por novas tecnologias seja frequente. Estamos investindo no presente para garantir produtividade no futuro.