São Paulo, 1/12 – Os ativos da Dow AgroSciences Sementes, cuja venda para o chinês Citic Agri Fund foi anunciada em julho deste ano, estão dando origem a uma nova empresa, a LP Sementes, segundo nota divulgada na manhã desta sexta-feira, 1º de dezembro, pelo fundo juntamente com outra empresa chinesa, a Yuan LongPing High-Tech Agriculture. O lançamento da LP Sementes ocorre após as duas companhias chinesas terem concluído na quinta-feira, 30 de novembro, a aquisição de parte dos negócios da Dow AgroSciences no Brasil.

A operação totaliza US$ 1,1 bilhão (excluindo a taxa de transação) e inclui, além dos ativos da Dow AgroSciences Sementes, o acesso total ao banco de germoplasma de milho brasileiro da empresa, a marca Morgan e a licença para uso da marca da Dow Sementes por 12 meses.

“Nós nos dedicamos a identificar empresas de alta qualidade nas cadeias agrícolas do mundo para desenvolver o setor com investimentos”, afirmou no comunicado o gerente-geral do Citic Agri Fund, SHI Liang. “A LongPing se comprometeu com o desenvolvimento de negócios no exterior. Também estamos buscando colaborações com empresas locais ao redor do mundo”, acrescentou o vice-presidente da companhia, Yuan Dingjiang.

O presidente-executivo da LongPing, Zhang Xiukuan, será o presidente da LP Sementes. Vitor Cunha, que era gerente-geral da Dow, permanecerá como gerente-geral da LP Sementes. A estrutura organizacional e a equipe gestora da empresa serão mantidas, diz a nota.

Com os ativos de sementes da Dow AgroSciences, a LP Sementes inicia sua trajetória no Brasil com 18,5% de participação no mercado brasileiro de sementes de milho, na terceira posição do ranking nacional. A LongPing é líder global em arroz híbrido e tem negócios ainda de milho híbrido, trigo, vegetais e outros produtos agrícolas.

A empresa vem fazendo esforços para expandir sua atuação global e o lançamento da LP Sementes faz parte desta estratégia, de acordo com o comunicado. A China possui a segunda maior área cultivada com milho do mundo (atrás dos Estados Unidos e seguida pelo Brasil) e é o principal destino das exportações brasileiras do cereal.

A LongPing está listada na Bolsa de Valores de Shenzhen desde 2000 e tem centros de pesquisa e desenvolvimento nas Filipinas, Índia, EUA, Paquistão e filiais nas Filipinas, Índia e Timor-Leste. Segundo o comunicado, a transação foi aprovada pelas agências regulatórias da China e do Brasil