04/12/2023 - 13:53
Dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) revelam que a cafeicultura brasileira desempenha um papel crucial na redução das emissões de gases de efeito estufa associados às mudanças climáticas, retendo mais do que liberando gás carbônico na atmosfera. Uma das companhias atentas a este cenário, a Nespresso assumiu responsabilidades e metas globais de reduzir, até 2030, sua pegada de carbono em 50% em relação à linha de base de 2018 e zerar emissões líquidas na produção de café verde AAA, por meio de diversas iniciativas, com destaque para a agricultura regenerativa.
“Em 2022, os projetos da Nespresso ao redor do mundo geraram 81 mil toneladas de redução de emissões de carbono. É um número positivo, mas não podemos nos acomodar. Temos que contribuir mais com as mudanças que queremos ver no Brasil e no mundo”, afirma Marina Gargiulo, Gerente de Marca, Comunicação e Sustentabilidade da Nespresso.
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As regiões cafeicultoras são particularmente vulneráveis aos efeitos adversos das mudanças climáticas. Flutuações extremas de temperaturas, chuvas fortes e secas intensas representam sérios riscos para a produtividade e cultura do café, podendo agravar o surgimento de pragas e doenças. Como resultado, as mudanças climáticas reduzem a aptidão das regiões existentes para a produção de café, ameaçando a subsistência de cafeicultores e das comunidades ao redor do mundo. Pesquisadores estimam que até 2050, essas mudanças climáticas serão responsáveis por reduzir em 50% a produção de café.
Agricultura regenerativa na prática
A intensa atividade agrícola (incluindo a produção convencional de café) contribui para a mudança climática. Evidências mostram que cerca de 24% das emissões globais de gases de efeito estufa vêm da agricultura tradicional.
Por isso, a expansão sistemática planejada da agricultura regenerativa com os agricultores do Programa Nespresso AAA Qualidade Sustentável ajudará na descarbonização da cadeia de valor da empresa. Uma das estratégias é a busca por soluções agrícolas baseadas na natureza, ou seja, a substituição de agroquímicos, como fertilizantes, por alternativas naturais, como a agrofloresta dentro e fora das fazendas.
Os agrônomos do Programa AAA trabalham com as comunidades locais no plantio de árvores de diversos tipos, como as frutíferas, que cumprem o papel de remover o carbono da atmosfera, fertilizar o solo, reduzir a erosão, reabastecer e proteger recursos hídricos e ainda funcionar como fonte diversificada de renda e até de alimentação para a população. Esta ação ainda colabora na proteção do habitat natural da fauna local, incluindo espécies ameaçadas de extinção e que também são essenciais para o equilíbrio de todo o ecossistema.
Com essa iniciativa, a empresa pretende que, até 2030, 95% do volume de café verde venha de fazendas classificadas como bronze no Rainforest Alliance Regenerative Coffee Scorecard, ferramenta que mede a adoção de práticas regenerativas pelos cafeicultores, constituída de três níveis classificatórios – bronze, prata e ouro, e que pode ser utilizada por toda a indústria cafeeira para comprovar a origem da matéria-prima. Os cinco quesitos avaliados são solo, biodiversidade, água, resiliência das culturas e meios de subsistência. Estima-se que, hoje, 76% do volume de café verde da marca já seja certificado como bronze.
Já o plantio de quatro milhões de árvores todos os anos, totalizando 32 milhões até 2030 nas regiões onde o café é adquirido, será responsável pela remoção de 7,5 milhões de toneladas de CO2 da atmosfera, contribuindo ainda mais com o compromisso da empresa de reduzir a emissão de gases de efeito estufa. Entre 2014 e 2022, foram plantadas 7.4 milhões de árvores em áreas contempladas pelo Programa AAA de Qualidade Sustentável, sendo 5.3 milhões com o propósito de remover a pegada de carbono.
Para aquelas emissões mais complexas de serem eliminadas completamente, a Nespresso tem buscado outras estratégias para compensar a pegada de carbono e concentrado esforços em acelerar programas e práticas que ajudam a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em sua própria cadeia de suprimentos e operações, seguindo as orientações da SBTi.
A agricultura cafeeira pode contribuir significativamente para enfrentar os desafios socioambientais mais urgentes, como mitigar as mudanças climáticas, deter e reverter a perda de biodiversidade e apoiar meios de subsistência sustentáveis e segurança alimentar. “O que acontece no meio ambiente está intimamente ligado à qualidade do grão e, consequentemente, da bebida. Sendo uma das principais marcas do mundo no segmento, a Nespresso tem se colocado como protagonista no tema e, progressivamente, mostrado por meio do exemplo a conexão entre agricultura e sustentabilidade. Essa atenção é essencial para que as próximas gerações continuem apreciando uma boa xícara de café, que entregue qualidade em todos os aspectos”, conclui a executiva.