O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes disse nesta quarta-feira, 3, que seu colega de Corte, Alexandre de Moraes, não mandou prender o militar Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), “com gosto”.

“Ninguém faz isso com gosto ou com voluntarismo. É uma medida grave, extrema, e se tem a noção de que só se deve fazer se de fato é relevante para as investigações”, disse Gilmar Mendes. “Certamente o ministro Alexandre é que tem todos os elementos do inquérito, é uma investigação que já se faz há muito tempo, deve ter havido busca e apreensão de telefones, de informações”, declarou.

Cid foi preso na manhã desta quarta. Na mesma operação, a casa de Jair Bolsonaro foi alvo de busca e apreensão. Durante as diligências na residência do ex-presidente, em Brasília, os investigadores apreenderam o celular de Bolsonaro.

A suspeita é de que tenha havido falsificação de informações sobre a vacinação contra a covid-19 do ex-presidente, de sua filha Laura, do coronel Mauro Cid, de sua mulher e de sua filha e ainda do documento do deputado Guttemberg Reis de Oliveira. “Em suma, é tudo um quadro, vamos chamar assim, não quero usar adjetivos mais fortes, muito peculiar”, declarou o ministro.

Batizada de Operação Venire, a ofensiva vasculhou, ao todo, 16 endereços em Brasília e no Rio de Janeiro. As ordens foram expedidas no bojo do inquérito das milícias digitais, que tramita sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, no Supremo Tribunal Federal.