15/12/2014 - 12:58
Vai além da tradição o que persegue na pecuária a família do nelorista Hélio Coelho, médico e produtor de Mato Grosso do Sul, falecido em 2008, aos 84 anos, deixando um legado de mais de três décadas de melhoramento genético para a raça. Seus cinco herdeiros, controladores do Grupo Hélio Coelho, que detém a marca Genética Aditiva, tocam o trabalho iniciado pelo pai em duas fazendas no Estado. Para Eleanor Cristina Coelho, filha e diretora administrativa da empresa, o pai era um visionário. “Quem trabalha com por resultados”, diz. “Meu pai andou na contramão de seu tempo, numa época em que os programas de melhoramento eram utilizados por poucos criadores.” O trabalho desenvolvido e agora continuado pelos descendentes de Hélio Coelho coloca a marca Genética Aditiva como destaque da categoria Genética Nelore, no prêmio AS MELHORES DA DINHEIRO RURAL 2014.
As duas fazendas de gado abrigam seis mil cabeças de nelore, além de outras raças bovinas como montana, senepol, girolando e cavalos crioulos. Mas é no zebuíno que as atenções da família se concentram. Atualmente, a fazenda produz 800 touros por safra, com previsão de chegar a mil, em 2016. “Estamos aumentando a quantidade de fêmeas na base da seleção com exemplares mais jovens, o que também significa maior precocidade de suas crias”, afirma Geraldo Paiva, gerente comercial da empresa. As fêmeas já vão para a reprodução aos 15 meses de idade e os machos, antes de completar um ano, são avaliados por ultrassonografia para selecionar aqueles com maturidade sexual. Esses cuidados levaram a Genética Aditiva a ser referência no País para essa característica. “A precocidade é um atrativo no mercado, pois esses touros permanecem por mais tempo na reprodução”, diz Paiva, que também aposta na seleção para a maciez da carne.
Outro trabalho desenvolvido pela Genética Aditiva, em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais, é a busca por um nelore mais dócil. Para Eleanor, animais de temperamento mais
calmo têm sido fundamentais, pois essa cara característica se reflete nos índices de prenhez e no ganho de peso do nelore.