Candidato à reeleição, o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB) escolheu celebrar o Bicentenário da Independência nesta quarta-feira, 7, no recém-inaugurado Museu do Ipiranga, na zona sul da capital paulista. Ele ressaltou o significado de passar a data com estudantes da rede pública, o “futuro do Brasil”.

Garcia não citou diretamente a possibilidade de protestos antidemocráticas neste feriado, mas ressaltou mais de uma vez o valor da liberdade. “Nunca a Independência foi tão importante para todos nós. Ela significa liberdade, democracia e respeito às nossas opiniões”, disse a jornalistas.

O governador também declarou estar “sempre buscando pregar a paz, a harmonia e a união”. “Tudo aquilo que vai contra esses princípios deve ser repelido.”

Perguntado sobre as pesquisas eleitorais mais recentes, em que aparece em terceiro lugar, destacou os levantamentos da aprovação de seu governo, nos quais avalia ter tido um crescimento positivo. “As pessoas ainda estão conhecendo quem é o novo governador”, afirmou.

Ele assumiu o cargo após a renúncia de João Doria (PSDB), no fim de março. “Diferentemente dos meus adversários, eu sou governador. Fico focado na aprovação do meu governo, que está crescendo.”

Também falou em “muito otimismo de ganhar as eleições” e que a estima que o pleito será decidido nos últimos 10 ou 12 dias antes da votação. “Temos ainda muito tempo pela frente.”

Ser um rosto menos conhecido é um dos pontos de fragilidade já admitidos pela campanha de reeleição. Na própria visita, parte dos alunos que acompanharam Garcia não sabiam o nome do candidato. “É Ricardo alguma coisa, né?”, perguntou uma adolescente a um colega, que confirmou ser “Isso, Ricardo”.

Antes de deixar o museu, Garcia foi perguntado por um jornalista se a visita teria um “uso político”. Ele negou.

O governador também destacou o papel do Estado, da USP e da iniciativa privada, por meio de lei de incentivo ensino, às obras de recuperação, restauro e expansão do museu. “Talvez vá a ser o museu mais visitado do Brasil.”

Visitação

A visitação ao museu neste feriado é voltada a estudantes de escolas estaduais e municipais selecionados e trabalhadores das obras de restauro e expansão do museu. A partir de quinta-feira, 8, o espaço será reaberto ao público em geral. Os ingressos para a primeira semana estão esgotados.

Ao jornal O Estado de S. Paulo, o secretário de Cultura comentou que o primeiro dia de visitação do museu foi dedicado aos estudantes como uma forma de valorizar o “caráter educativo e pedagógico” do espaço, assim como o convite aos trabalhadores da obra é uma “singela homenagem” pelo esforço para garantir o andamento e entrega em três anos.

Grande procura

Sá Leitão também comentou que a expectativa é que o museu tenha grande procura com a reabertura. Os ingressos para a primeira semana esgotaram em menos de uma hora. Semanalmente, uma nova leva para os demais seis dias será disponibilizada nas segundas-feiras, a partir das 10 horas os primeiros 60 dias terão visitação gratuita. “Acho que deve se repetir (a alta procura), porque a expectativa é muito grande. Todo mundo está falando do museu.”

Segundo informações das Secretarias Municipal e Estadual da Educação, cerca de 160 estudantes de escolas públicas de diferentes regiões da capital visitarão o museu nesta quarta. Além disso, também estarão presentes diretores de escola e professores.

Da rede municipal, estão previstas as escolas Professora Josefa Nicacio Araújo, Tenente Alípio Andrada Serpa, Maria Helena Faria Lima, Rodrigues de Carvalho, Aclamado e Coelho Neto.