Multinacional canadense de varejo agrícola, a Nutrien anuncia a aquisição da Safra Rica. “Com a empresa, ampliaremos nossa presença nos estados de São Paulo e Minas Gerais”, disse o presidente da Nutrien na América Latina, André Dias. Com a movimentação, a compradora terá cerca de 200 unidades comerciais distribuídas na América Latina, além de um time de campo com 1 mil profissionais especializados atuando na região para servir mais de 110 mil clientes.

FOME
Brasil na luta contra a insegurança alimentar

Com uma produção de grãos que pode chegar a 312,4 milhões de toneladas na safra 2022/23, o Brasil pode ter uma importante missão na luta global contra a insegurança alimentar. De acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), em 2020 mais de 3 bilhões de pessoas no mundo não podiam pagar uma dieta saudável, número que supera em 112 milhões o ano de 2019. O aumento foi em parte devido à elevação dos preços dos alimentos, com o custo médio de uma dieta saudável. Em agosto de 2022, o índice de preços de alimentos da FAO subiu 40,6% em relação aos níveis médios de 2020. A situação deve piorar nos próximos anos, tanto pelos efeitos da Guerra da Rússia contra a Ucrânia como também pelo aumento da população que deve passar dos atuais 7,8 bilhões de pessoas para 10 bilhões até o fim do século. É nesse contexto, aliado à busca mundial por uma economia de baixo carbono, que o Brasil pode se consolidar como o verdadeiro celeiro do planeta. Tecnologia, profissionalismo e condições climáticas para produzir alimentos baratos e de qualidade, o País já provou que tem.

ESG
Crédito de carbono brasileiro na Arábia Saudita

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A MyCarbon, subsidiária da Minerva Foods, comercializou 20% de todos os créditos de carbono negociados no 1° leilão do mercado voluntário da Arábia Saudita. Este foi o maior leilão do tipo no mundo, tendo registrado a comercialização de mais de 1 milhão de toneladas de gases de efeito estufa na forma de créditos auditados e certificados. “Com pouco mais de um ano de atuação, já alcançamos posição relevante no mercado apoiando a pecuária de baixas emissões”, disse Eduardo Bastos, CEO da MyCarbon.

EXPORTAÇÕES
Gergelim na pauta da Atlas Agro

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Fundada em 2020, a Atlas Agro tem como estratégia de negócio a ousada meta de se tornar a principal exportadora de gergelim do mercado brasileiro nos próximos anos. Para chegar lá, a empresa emitiu seu primeiro CRA no valor de R$ 81 milhões, e trouxe como investidores diversas gestoras de crédito especializadas no agronegócio. Além do crédito, a companhia levantou R$ 30 milhões em equity com a gestora de recursos Shift Capital. A expectativa é que a produção salte de 12 mil toneladas nesta safra, chegando a 30 mil, no próximo ano. Entre 2016 e 2020, as importações mundiais do produto aumentaram 18% em termos de volume. Em 2021, essas importações totalizaram US$ 3,6 bilhões.

TECNOLOGIA
BRF mapeia lavouras

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Uma das maiores companhias de alimentos do mundo, a BRF usará inteligência territorial para mapear a procedência de 100% dos grãos provenientes de Amazônia e Cerrado até 2025. Serão mais de
7 milhões de hectares de lavouras monitoradas em sete estados (MT, GO, MG, MS, PR, SC e RS). Segundo Gilson Ross, diretor de Operações e Compras de Commodities, a tecnologia trouxe eficiência operacional aos negócios.

62 MILHÕES DE HECTARES Essa é a área agrícola do País, três vez maior do que há 37 anos. O dado é do MapBiomas

CEREAIS
Brasil investe na produção de trigo

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Com o objetivo de diminuir a dependência de importação de trigo para atender a demanda interna, o Brasil está investindo em tecnologias para a produção do cereal no Cerrado. A estimativa é ampliar a área de produção para 1 milhão de hectares em sistema irrigado no bioma e incorporar mais 2,5 milhões de hectares no sistema de sequeiro, em que o plantio é feito sem necessidade de irrigação constante. Isso representaria acréscimo de 4 milhões de toneladas do grão no País nos próximos 10 anos.

Pecuária
Custos alto reduzem taxas de confinamento

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Alerta emitido pela Associação Nacional da Pecuária Intensiva (Assocon) aponta que o confinamento de gado deve sofrer retração de 7,7% neste ano, com 6,5 milhões de cabeças contra as 7 milhões do ano anterior. A explicação está na alta de custos e a solução, segundo o presidente da entidade, José Roberto Ribas, na gestão. “O cenário em 2022 mostra que é preciso ter capacitação, planejamento e controle na ponta do lápis para conseguir administrar e se manter na atividade”, afirmou.

Fertilizantes
Setor se prepara para novo crescimento

Após expansão recorde de 64,96% no ano passado, com faturamento de R$ 16,6 bilhões, a indústria brasileira de fertilizantes deve registrar crescimento de 34% em 2022. De acordo com a Associação Brasileira de Tecnologia em Nutrição Vegetal (Abisolo), a alta no se deu em todas as categorias de especiais, sendo a maior variação em fertilizantes orgânicos, com alta de 130,8%, seguidos pelos organominerais (68,3%) e pelos minerais especiais (57,9%). Segundo o presidente executivo da entidade, Clorialdo Roberto Levrero, a explicação está diretamente relacionada aos investimentos em Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) que somaram R$ 440 milhões no ano passado.

COMPLIANCE
Direitos humanos assegurados

Unidades da JBS Couros nos Estados Unidos e na Itália, além de 15 curtumes da empresa no Brasil, passaram por um processo internacional que atesta condições sociais e trabalhistas seguras e justas dos colaboradores. A verificação feita pelo protocolo Higg Facility Social & Labor Module atribuiu nota mediana de 96% para as unidades da companhia, contra a mediana de 93% registrada globalmente.

FINANÇAS
Recursos do mercado de capitais

Com volume total de R$ 150 milhões e prazo de cinco anos, a ACP Bioenergia finalizou com sucesso sua terceira emissão de Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA). O valor integral foi distribuído ao mercado e irá amparar o crescimento orgânico da ACP na produção de cana-de-açúcar e grãos. “Capturamos um valor de grande representatividade e que mostra a total credibilidade do mercado em nossa empresa”, disse o CEO Alexandre Candido. A primeira emissão foi de R$ 40,7 milhões (2013) e a segunda, R$ 68 milhões (2021).

Sementes
Agro Amazônia e GDM anunciam parceria comercial

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Um total de 100 mil sacas de soja. Esse é o montante comercializado pela Dagma Sementes de agosto a setembro de 2022. Foi no oitavo mês do ano corrente que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) deu sinal verde para o início das operações da marca que é uma parceria comercial entre a GDM, pioneira em desenvolvimento de sementes, e a Agro Amazônia, líder em insumos agropecuários. No modelo acordado, a Agro Amazônia entrará com a sua capacidade de suporte técnico e cobertura junto aos produtores e a GDM, com o seu conhecimento em pesquisa em genética.

Energia
Bom futuro une fontes renováveis

Um dos mais relevantes grupos agrícolas do País, o Bom Futuro está apostando no modelo de energia híbrido para abastecer sua operação. Em um projeto assinado pela Enerzee, a empresa uniu a fonte hídrica da Central Geradora Hidrelétrica (CHG) Novo Colorado que tem capacidade de 3,4 MW com um parque solar de 1,3MWp. Segundo o CEO da Enerzee, Alexandre Sperafico, “tendo em vista o cenário de escassez hídrica vivida nos últimos anos, nosso cliente não pensou duas vezes e optou pela construção rápida da sua usina solar — que entrou em operação em apenas cinco meses”.

Economia circular
A Tal da Castanha compensa 100% de resíduos

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Uma das maiores marcas de leite vegetal do Brasil, a Tal da Castanha, que tem as boas práticas sustentáveis em seu DNA, deu um passo relevante no aperfeiçoamento de seu modelo. Em parceria com o Eureciclo, certificadora de crédito de reciclagem, a empresa está compensando 100% de seus resíduos. Até o momento, foram recolhidas 197,8 toneladas de papelão e 23 toneladas de material plástico. De acordo com a empresa, essa matéria-prima equivale ao que seria produzido com a derrubada de 2.175 árvores.

Exportações
Amendoim brasileiro na China

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Mais um produto do agronegócio nacional está conquistando o gosto do mercado chinês, maior parceiro comercial do Brasil. Dessa vez é o amendoim que chega ao país asiático após o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) conseguir a autorização de exportação do grão para 47 empresas brasileiras. Segundo o ministro Marcos Montes, “a abertura do mercado faz parte de um pacote de avanços alcançados nas negociações bilaterais neste ano, possivelmente o mais importante em mais de uma década”. A China é hoje o maior consumidor de amendoim do mundo, importando anualmente mais de US$ 800 milhões.