11/09/2024 - 12:28
Ricardo Mussa, CEO da Raízen, avalia que o Brasil tem que explorar sua vantagem de ter uma produção de energia de fontes naturais e usar estrategicamente essa produção pensando em consumo interno e exportação. Dentro desse cenário, Mussa destaca a biomassa como um grande potencial de exportação do país.
“O biocombustível é uma grande bateria. A vantagem da biomassa é que é possível transformá-la em combustível líquido, e, assim, exportar. A maneira de exportar solar e eólica é através do biocombustível. Minha visão é que Brasil vai ter excesso de energia elétrica com hidrelétricas, solar e eólica. Mas solar e eólica não tem bateria.”, afirma.
O CEO participou de painel sobre biocombustíveis durante o Agro Summit, promovido pelo Bradesco BBI, ao lado do CEO da Be8, Erasmo Battistella.
A estratégia mais inteligente, na avaliação de Mussa, é o Brasil consumir sua produção hidráulica, eólica e solar e exportar sua energia de biomassa, já que pode ser transformada em líquido. “A maneira de exportar energia solar e eólica é através do biocombustível”.
Mussa explica que a Raízen desenvolveu uma tecnologia de produção de etanol do bagaço da cana, que hoje costuma ser usado no consumo energético da própria usina. “Um terço da produção da cana está no caldo, o açúcar; outro terço no bagaço, e outro terço na palha. Com essa tecnologia, saímos da discussão sobre produção de energia versus alimento”, fato que, diz ele é muito valorizado na Europa, tem uma classificação diferente por lá.
“O Brasil no agro tem que olhar como hub de exportação de biocombustível, exportar energia em formato liquido é mais inteligente. É muito bacana ver a integração do agro com o setor energético e só o Brasil tem essa condição, de ser um grande consumidor de energia hidrelétrica e exportação de energia líquida”.