DIVERSIDADE Reconstrução da Mata Atlântica com preservação da fauna e da flora estão no centro da estratégia ambiental (Crédito:Divulgação)

Um dos biomas mais diversos em fauna e flora do mundo, a Mata Atlântica chegou a ocupar 1,3 milhão km2 território brasileiro. Toda essa imensidão rica em vida, porém, ficou no retrato. Segundo a ONG S.O.S. Mata Atlântica, a ação do homem durante o tempo foi feroz com a natureza e o resultado é que hoje restam apenas 86 mil km², em pontos isolados e descontínuos. O cenário é grave, mas algumas iniciativas robustas estão surgindo na região para mudar o quadro. Exemplo é assinado pela Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) que colocou a agenda no centro de sua estratégia de negócio e está atuando em frentes com estreita relação com o mundo rural. Uma delas é o programa de Reabilitação de de Áreas Mineradas. A outra, o Reflora, é uma iniciativa para reflorestamento da Mata Atlântica. Em ambas, afirmou o gerente geral de sustentabilidade da empresa, Leandro Faria, “a premissa é entregar a terra em condições iguais ou melhores para o produtor”.

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A jornada na construção de uma mineração sustentável, no entanto, requer persistência e um planejamento minucioso sobretudo no projeto de recuperação de minas. “O tempo entre entrarmos para minerar uma área de bauxita e iniciar sua recuperação é muito rápido”, explicou Faria. O processo inteiro leva cinco meses passando por etapas como a entrada das máquinas na fazenda, a extração de minério e a saída da CBA da propriedade rural. No fim do processo, os morros com as reservas ficam como se tivessem passado uma grande serra no seu topo. E é aí que o trabalho de reabilitação ambiental começa. Mas aqui é preciso dar um passo antes. Lá no início das negociações com o dono das terras, diversas equipes vão ao local para estudar o terreno e cuidar de questões práticas como o pagamento de royalties. É nesse momento que o produtor é apresentado ao programa de reabilitação da área minerada e escolhe o que será plantado após findos os trabalhos da CBA: vale de pasto, a culturas agrícolas e até mata nativa.

BAUXITA Após mineração, CBA entra em cena e recupera área degradada Sisal, madeiranativos vão além de alimentos (Crédito:Divulgação)

Voltando ao ponto do início do processo de reabilitação propriamente dito, um time da CBA em parceria com a Universidade de Viçosa (MG) entra em campo, literalmente. Começa então um trabalho desenvolvido junto à academia para dar maior eficiência ao processo. Primeiro acontece a reabilitação do solo em que lugar minerado é recomposto para voltar a ter a mesma aparência de antes, de um morro com seu topo reconstruído. Mas agora, a área ganha solo enriquecido com técnicas de reabilitação ambiental. “Usamos pesquisa de anos que mostram como tratar a terra para que ela volte melhor em termos físico-químicos, em aeração, facilitando técnicas de plantio”, afirmou Faria. Depois é feita a restauração florestal com a plantação da vegetação escolhida previamente pelo produtor. Como resultado adicional a área tem sua capacidade de absorção de água melhorada. O processo é acompanhado por técnicos até que a vegetação esteja plenamente desenvolvida.

No início do ano de 2021, a empresa acumulava 69,8 hectares de área total minerada e ainda não reabilitada. Outros 41,7 hectares foram minerados no período e a área restaurada chegou a 41,7 hectares. Quando isso acontece cria-se condições melhores para evitar desmoronamento e melhor alimentação do lençol freático. Segundo estudos da empresa, a absorção de água aumenta de 96% para 99%. Tudo sem custo algum ao dono do terreno.

REFLORA Outro programa completamente gratuito está tomando forma este ano na Zona da Mata mineira. O Reflora CBA funciona por meio de um edital em que pequenos proprietários rurais com fazendas de até 4 módulos fiscais e que tenham dificuldades de cumprir a exigência de manter 20% da propriedade com mata nativa se inscrevem. Após um processo de análise, a CBA monta um projeto para fazer o reflorestamento dessas matas nativas. O objetivo da empresa é ajudar o proprietário a buscar a regularização fundiária, além de promover mais produção de água e de biodiversidade. Como resultado adicional, explica Faria, existe a possibilidade de geração de crédito de carbono. “A ideia é usar os créditos de carbono para neutralizar as emissões da CBA, para que tenhamos um produto carbono neutro”, afirmou. A expectativa da companhia é recuperar de 10 a 20 hectares neste ano e, aos poucos, aumentar a escala. “Este é um projeto de ganha-ganha”, disse Faria. Benefícios que vão para o produtor rural, para a CBA e para o planeta.