Especial inovação – Automação

Com a popularização do uso de smartphones e tablets, as tecnologias digitais estão evoluindo de forma acelerada no campo. Na automação de equipamentos e processos, o futuro aponta para o uso mais intenso de robótica, drones, inteligência artificial, machine learning (em inglês, o aprendizado de máquina) e blockchain, uma tecnologia que descentraliza o registro de dados, dando segurança aos sistemas. “Com isso, o futuro indica a expansão da comercialização de grãos e de outros produtos agropecuários via online”, afirma Mateus Barros, 37 anos, líder da Climate para a América do Sul, negócio de agricultura digital da americana Monsanto, comprada pela alemã Bayer por US$ 63 bilhões. “O uso de blockchain deve crescer, porque oferece mais segurança nesse tipo de operação.”

Grãos: Mateus Barros, da Climate, diz que o campo terá mais segurança (Crédito:Divulgação)

No caso das máquinas, o uso de equipamentos autônomos será crescente. Como o modelo apresentado pela americana Case IH, no ano passado, que deverá estar no mercado brasileiro em 2022. A máquina já está sendo utilizada em Grant, Michigan, nos Estados Unidos, pela Bolthouse Farms, a maior produtora americano de cenoura. “Está sendo um grande aprendizado para o desenvolvimento dos componentes, como sensores, para fazer a integração com outros implementos”, afirma o engenheiro mecânico Silvio Campos, 40 anos, diretor de marketing da americana Case IH para a América Latina.

Outras tecnologias digitais também estão chegando ao mercado, com um modelo diferenciado de comercialização. Este ano, a Case, em parceria com a americana Drone Deploy, vai trazer para o Brasil um drone para o mapeamento das condições das lavouras de grãos, frutíferas e florestas. “Seguindo uma tendência de mercado, o produtor que não quiser investir na ferramenta, pode adquirir um pacote de serviços”, afirma Campos. “Nesse caso, ele compra a quantidade de hectares mapeados.” O produto estará no mercado até o fim do ano. No caso da machine learning, a internet é sua grande impulsionadora. Criada em 1959 pelo engenheiro americano Arthur Samuel, na época ele trabalhava em um projeto de máquina autônoma, com a habilidade de aprender sem ter sido programada. Hoje, a tecnologia é utilizada na plataforma Climate, da Monsanto, que já oferece soluções preditivas para os agricultores americanos sobre o melhor manejo para as culturas de milho, soja e algodão. A partir de setembro, a empresa testará dois mil hectares no Brasil.“Vamos selecionar produtores já clientes da Climate”, diz Barros. “O objetivo é aumentar a produtividade dessas culturas em até 10%.”