Nos últimos 20 anos, o empresário Alfonso Perez tem vivido dias de caixeiro-viajante. Dentro de seu trailer, ele percorre o País participando das principais feiras agropecuárias do Brasil. Ao contrário de grandes empresas que procuram frisar suas marcas, seu trabalho se constitui justamente em fazer a marca dos outros aparecer. De preferência em letras douradas. Assim vem trabalhando a Tod Metais, fabricante de placas, troféus, ferros de marcar, fivelas, broches e todo tipo de produto que leve o nome de uma fazenda ou raça de animal. Entre os clientes, estão alguns pesos pesados do circuito nacional, como Expozebu, Expointer e Fenagro. Todo processo de fabricação é artesanal e acontece na sede da empresa, em Curitiba, capital paranaense. As peças são fabricadas em aço inox, bronze ou ferro fundido. “Acredito que boa parte dos principais pecuaristas nacionais já fez produtos conosco”, afirma Perez.

“Os clientes pagam de forma antecipada, o que favorece o capital de giro da empresa”

A estrutura da empresa é enxuta e conta com apenas cinco funcionários na linha de produção. Num passado recente ele chegou a ter mais de 15 colaboradores, mas a crise proporcionada pelos focos de febre aftotam, sa em Mato Grosso do Sul fez mal também aos negócios. O volume de vendas diminuiu e ajustes foram necessários. Mas depois da crise vem a recuperação. Ao contrário de 2006, cujo faturamento caiu pela metade, 2007 foi bem melhor e aponta para um 2008 bem mais promissor. “Em tempos de crise, as pessoas cortam tudo o que é supérfluo, mas, quando os bons tempos volaftotam, todos ganham”, diz. Perez não revela o faturamento da empresa, mas diz que alguns produtos importados oferecem grande concorrência. “As pessoas querem qualidade artesanal por preço chinês”, brinca. O carro-chefe da empresa é o ferro de marcar. “É o que identifica o criador”, resume. No “pacote” ele oferece outros produtos, como fivelas para cinto, placas para serem colocadas na entrada da fazenda ou mesmo dentro da sede e chaveiros.

“É uma forma de agregar valor ao negócio”, revela. A maioria dos clientes, segundo ele, paga antecipado, o que favorece o capital de giro da empresa. “Às vezes, quando se trata de primeiro trabalho, aceitamos 50% e o resto recebemos por reembolso postal”, comenta. Confiança e anos de estrada, para ele, fazem a diferença. “Esse é o meu negócio”, resume.

por Ibiapaba Netto