12/04/2022 - 19:35
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu uma prévia na segunfa-feira, 11, durante jantar com senadores do MDB e outros aliados em Brasília, de como vai responder a um dos embates mais esperados da campanha eleitoral, a comparação entre esquemas e acusações de corrupção com o presidente Jair Bolsonaro.
Aos senadores, o pré-candidato petista ao Palácio do Planalto afirmou que não há investigação de casos de corrupção no governo Bolsonaro, uma referência às críticas à falta de autonomia da atuação da Polícia Federal (PF) e outros órgãos de investigação, comum a outros adversários eleitorais do presidente.
“Bolsonaro fala que não tem corrupção no governo. Não tem porque não estão apurando”, disse Lula, segundo relato de presentes. “Por que o Queiroz não foi depor até hoje? O meu irmão foi depor. Eu, sem ter sido intimado, foram lá me buscar. Por que o Queiroz não depõe?”
Lula citou a investigação sobre o esquema de desvio de dinheiro público por meio da prática de rachadinha operado, segundo o Ministério Público, pelo ex-policial militar Fabrício Queiroz, amigo de Bolsonaro e ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Apesar da declaração de Lula, Queiroz chegou a ser preso.
O ex-presidente se referiu também à condução coercitiva de que foi alvo, a mando do então juiz Sérgio Moro, hoje filiado ao União Brasil, em março de 2016, no âmbito de processos da Operação Lava Jato. Moro ainda se coloca como presidenciável, embora o partido não o trate assim.
A defesa de Lula sempre sustentou que o procedimento foi ilegal, porque o ex-presidente não fora notificado pela Justiça Federal para que prestasse depoimento. Lula seria condenado em duas ações penais, nos casos do tríplex do Guarujá e do sítio de Atibaia, e preso. No ano passado, o Supremo Tribunal Federal acolheu argumentos de suspeição de Moro e invalidou os processos, restabelecendo as condições políticas para a candidatura de Lula. Mas o petista ainda não se livrou de todos os processos.