Poucas horas depois do pedido de demissão da ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, que acumulou desafetos no mundo rural e não conseguiu o apoio que pretendia do governo, surgiu o nome de Carlos Minc, então secretário de Meio Ambiente do Estado do Rio de Janeiro. Com um jeito descontraído, diferente de sua antecessora, o novo chefe das questões ambientais chegou até a brincar consigo mesmo. “Já me apelidaram de Minc leão dourado”, disse, em alusão ao seu visual informal, com cabeleira desarrumada.

Simpático, o novo ministro vem com a missão de fazer o Ministério do Meio Ambiente andar. Uma das maiores críticas à gestão de Marina Silva foi justamente a morosidade nos processos de aprovação de licenças ambientais. E nesse ponto Minc é praticamente um recordista. Durante sua gestão no Rio de Janeiro, ele multiplicou por seis a velocidade dos processos, desemperrando uma série de etapas. “Isso não quer dizer que vamos dizer sim a tudo, se for o caso vamos falar não, só que mais rápido”, diz.

“Não vamos dizer sim para tudo, mas poderemos ser ágeis, nem que seja para dizer não”

CARLOS MINC, NOVO MINISTRO

A chance de um Ministério do Meio Ambiente mais ágil despertou esperança em líderes do campo. Para o presidente da Sociedade Rural Brasileira, Cesário Ramalho, a mudança pode ser positiva. “O ministro fez uma gestão eficiente enquanto secretário e esperamos que ele leve essa agilidade para o Ministério”, diz. Segundo Ramalho, o grande desafio que o novo membro do governo terá pela frente é ampliar o diálogo entre os diferentes setores envolvidos nos problemas ambientais, de forma menos radical.

Também preocupado com o tom elevado em que agricultura e meio ambiente mantiveram os debates nos últimos anos, o presidente da Comissão de Agricultura da CNA, Assuero Doca Veronez, diz que a expectativa é de transformações. Pelo menos na condução das questões conflitantes, como a preservação de florestas. “É preciso implementar políticas compensatórias para o produtor. Até agora as únicas coisas feitas foram a limitação de crédito e cessão de investimentos na Amazônia. Tudo sem critério”, ressalta. “Isso é o que vai determinar se sua contribuição será pequena ou se ele vai ajudar a transformar o Brasil”, resume.