A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) ampliou suas projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) global em 2023 (de 2,2% para 2,6%) e 2024 (de 2,7% para 2,9%), à medida que a pressão da alta inflação sobre a renda diminui na maior parte dos países.

Sinais positivos estão começando a aparecer na economia global, com a melhora no sentimento de consumidores e empresas, preços de energia e alimentos caindo e a reabertura da China, aponta a organização no seu relatório de perspectivas econômicas, divulgado nesta sexta-feira, 17.

A OCDE reduziu a previsão para a expansão do PIB dos EUA em 2023, de 2,5% a 1,5%, e em 2024, de 1,0% a 0,9%.

Para a zona do euro, houve aumento nas estimativas deste ano (de 0,5% a 0,8%) e no próximo (de 1,4% a 1,5%). Já as projeções para a China melhoraram em 2023 (de 4,6% a 5,3%) e em 2024 (de 4,1% a 4,9%).

Guerra e efeitos da política monetária

No entanto, a OCDE alerta que essa recuperação ainda é frágil, rondada por riscos como a incerteza sobre o curso da guerra na Ucrânia e a força do impacto do aperto monetário dos bancos centrais.

Segundo o relatório, as mudanças realizadas na política monetária “podem continuar a expor vulnerabilidades financeiras de grande endividamentos e avaliações de ativos distorcidas”. A médio prazo, a fragmentação das cadeias globais de comércio e mudanças de empresas para localizações de menor distância (near-shoring, em inglês) também representam riscos, devido ao aumento de custos envolvido em ambos os processos.

O relatório ressalta que o crescimento global no ano passado desacelerou para 3,2%, abaixo das expectativas da instituição no início do ano. Entre os motivos, a organização destacou a guerra na Ucrânia, a crise do custo de vida e a desaceleração na China.