O estudo “Biodiversidade de Polinizadores e Avifauna” registrou 52 espécies de abelhas e 178 espécies de pássaros em Áreas de Preservação Permanente (APPs) restauradas pelo Programa de Educação e Conservação Ambiental Mata Viva. O número de espécies registradas é bastante significativo para áreas restauradas, considerando-se que existem cerca de 750 espécies de abelhas e 792 de aves registradas em todo o estado de São Paulo.

Elaborado pela Fundação Espaço ECO (FEE), em parceria com o Centro de Estudos de Insetos Sociais (CEIS) do Departamento de Biologia da Universidade Estadual Paulista (UNESP) e do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de São Carlos, entre os anos de 2013 e 2014, o estudo teve como objetivo conhecer a biodiversidade de aves e abelhas em propriedades agrícolas que tiveram suas APPs restauradas.

Este estudo foi conduzido em três propriedades rurais de cooperados da Coopercitrus Cooperativa de Produtores Rurais beneficiadas pelas ações de restauração ambiental do Programa de Educação e Conservação Ambiental Mata Viva, uma iniciativa da BASF implementada pela Fundação Espaço ECO (FEE). As propriedades estão situadas nos municípios de Araraquara, Bebedouro e Nuporanga (SP). O estudo evidencia o alinhamento entre produção agrícola e conservação da biodiversidade.

“Ficamos felizes em colaborar com este estudo. Isso mostra como a Coopercitrus está no caminho certo para a sustentabilidade de nossos cooperados. Agora, com esses dados em mãos, podemos reforçar a importância de trabalhar continuamente para incorporar a sustentabilidade no dia-a-dia das propriedades”, afirma Agostinho Mário Boggio, gerente do Departamento Técnico Agropecuário Coopercitrus.

O estudo contribui para o conhecimento sobre a existência das espécies de abelhas nos fragmentos florestais, tema que ainda necessita de informação. Pouco se sabe também sobre o retorno de populações de aves e abelhas em áreas restauradas, o que confere ao estudo grande importância e pioneirismo.

Apesar dos avanços em estudos de indicadores ecológicos que avaliam o sucesso da restauração, a maioria deles só avalia os parâmetros relacionados com a estrutura da vegetação. “O diferencial deste estudo é a avaliação do incremento na população de abelhas e aves, essencial para os processos associados à biologia floral e reprodutiva, tão importantes para a manutenção e perenidade das áreas recuperadas”, explica Sara Juarez Salles, gerente de Educação para Sustentabilidade e Conservação Ambiental da Fundação Espaço ECO. 

Para quantificar o número de espécies foram realizadas expedições de campo, nas quatro estações do ano. Entre as 52 espécies de abelhas registradas, 33 estavam presentes em Araraquara, 40 em Bebedouro e 42 em Nuporanga. A Apis melifera foi a única espécie não-nativa encontrada e foi a mais abundante em todas as áreas avaliadas, a não ser ela, todas as demais espécies são daquela região.

Entre as 178 espécies de aves, pertencentes a 47 famílias, havia oito espécies consideradas com algum grau de ameaça de extinção no estado de São Paulo. Em Araraquara o estudo registrou 109 espécies, em Bebedouro 139 e em Nuporanga registraram-se 138 espécies.

A pesquisa reafirma o compromisso da FEE de gerar e compartilhar conhecimentos em sustentabilidade aplicada, contribuindo com informações qualitativas e quantitativas sobre a recuperação da biodiversidade em Áreas de Preservação Permanente restauradas e situadas em importantes regiões produtoras de cana e café.

“Com a informação científica gerada pelo estudo contribuímos para o debate sobre a redução dos impactos ambientais, o uso de recursos de forma mais ecoeficiente, demonstrando que é possível conciliar a conservação ambiental e produção agrícola tecnificada”, conclui Sara Juarez Salles, gerente de Educação para Sustentabilidade e Conservação Ambiental da Fundação Espaço ECO. Fonte: Ascom