Demostrar como é feita uma operação de aviação agrícola, apresentando aspectos como precisão, a alta tecnologia envolvida e, principalmente, quais os instrumentos para garantir a segurança operacional e ambiental. Esse é o objetivo do encontro Aviação Agrícola – riscos e benefícios, que vai ocorrer no dia 26 de janeiro, no Aeropark Clube de Voo Desportivo José Martins da Silva (Rodovia Raposo Tavares, km 555 – clique aqui e confira o mapa) em Regente Feijó.

A movimentação será das 8h30 ao meio-dia e terá palestras e demonstrações de voos de aplicação de defensivos (simulações com o uso de água e papeis hidrossensíveis, que servem para indicar a precisão da faixa aplicada).

O evento é dirigido a autoridades, técnicos e agentes de fiscalização, além do Ministério Público. A promoção é do programa Certificação Aeroagrícola Sustentável (CAS), Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais (FEPAF) e Universidade do Oeste Paulista, como apoio do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (SINDAG) e da Associação Nacional de Defesa Vegetal (ANDEF).

O CAS, por sua vez, é o primeiro selo de qualidade ambiental da aviação agrícola brasileira. Ele já conta com a adesão de cerca de um terço das 232 empresas aeroagrícolas do País e já despertou a atenção do próprio mercado – principalmente no Sudeste, onde boa parte das empresas do setor sucroalcooleiro já exige a certificação. O programa CAS é mantido pela Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais (FEPAF), em parceria com a Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (FCA/UNESP-Botucatu) e as universidades federais de Lavras (UFLA) e de Uberlândia (UFU), ambas de Minas Gerais.

Dias de campo

O encontro marca a largada de uma série de dias de campo do CAS, que devem ocorrer até o final do ano em todas as regiões do País, apoiados pelo SINDAG e ANDEF. O objetivo e desmistificar a aviação agrícola, que é uma das ferramentas mais importantes e precisas no trato de lavouras. E cada vez mais necessárias quando a questão é garantir produtividade. O roteiro também pretende reforçar os conceitos de boas práticas entre os operadores e produtores rurais, difundindo o programa, que já conta com a adesão de mais de um terço das empresas de aviação agrícola do Brasil – é o primeiro selo de qualidade ambiental do setor.

Com pouco mais de 2 mil aeronaves (segundo dados da ANAC), o Brasil tem a segunda maior frota de aviação agrícola do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. No ranking brasileiro, São Paulo está em terceiro, com 287 aviões, atrás do Mato Grosso (467 aviões) e do Rio Grande do Sul (420) .

Mesmo assim, o setor é responsável por entre 25% e 30% das pulverizações de defensivos do País. E é o único meio de pulverização com legislação própria e fiscalizado por pelo menos cinco órgãos (Ministério da Agricultura, ANAC, IBAMA, órgãos ambientais dos Estados, Ministério Público e outros).

Para operar, além dos registros no MAPA e ANAC, cada empresa precisa, por exemplo, um engenheiro agrônomo responsável e, na equipe de terra durante as operações, pelo menos um técnico agrícola, todos com especialização em operações aeroagrícolas. No caso do piloto, o profissional precisa primeiro obter a licença de Piloto Privado, para depois fazer o curso de Piloto Comercial (que o habilitaria a trabalhar em companhias aéreas) para, depois de completar 370 horas de voo, poder se matricular no curso de piloto agrícola.

Cada empresa aeroagrícola precisa ter também em suas instalações um pátio de descontaminação, onde as aeronaves são lavadas e eventuais resíduos vão para um sistema de tratamento de efluentes (regra que não vale, por exemplo, para equipamentos terrestres, que utilizam os mesmo produtos).

Além da pulverização em lavouras, a aviação agrícola também é usada para aplicação de fertilizantes, na semeadura de pastagens e no trato de florestas. Sem falar nas operações de combate a incêndios florestais. Fonte: Ascom