Exemplo: inspirado na Standard and Poor’s, o Biomass Energy vai avaliar as condições técnicas e industriais das usinas de cana

 

Em janeiro, o presidente americano, Barak Obama, quase ofendeu em rede nacional de televisão os diretores da agência de classificação de risco Standard and Poor’s. Motivo: a S&P, cujas atividades vêm sendo contestadas mundo afora por sua incapacidade de antecipar a crise de 2008, constatava, naquele momento, a fragilidade do sistema financeiro americano e rebaixava a nota dada ao país como lugar seguro para investimento. No mês passado, inspirado nesse tipo de empresa, foi criado o Biomass Energy Reserch Institute (Benri), em São Paulo. Mas o Benri não vai fazer rating financeiro, e sim técnico e industrial das usinas de cana-de-açucar.

Segundo o CEO da nova empresa, Manoel Vicente Bertone, o setor sucroalcooleiro vem utilizando cada vez mais ferramentas de gestão e o Benri deve auxiliá-las nos processos de análise. “A classificação dos aspectos agrícola e industrial vai complementar a avaliação financeira das usinas”, diz Bertone, que já foi secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura por quatro anos.

O Benri inicia suas atividades com quase 20 usinas de dez empresas do setor sucroenergético em seu portfólio. Plínio Nastari, diretor da Datagro, uma das maiores consultorias de etanol e açúcar do País, e sócio do Benri, diz que a classificação será anual e por safra de cana. “Vamos fechar os dados com análises de pontos que interessam também aos investidores internacionais”, afirma. Para ele, o principal objetivo do Benri é ser referência em rating em mercados internacionais de açúcar e etanol, como os da Ásia, Europa e dos Estados Unidos. “Muitas empresas no País têm capital externo e podem se beneficiar de crédito e financiamento em função das análises do Benri”, diz Nastari. Além da Datagro, é sócia do instituto a Fermentec, empresa de Piracicaba (SP) especializada em transferência de tecnologia.