A presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Cleveland, Loretta Mester, afirmou nesta sexta-feira, 26, que “todas as opções estão sobre a mesa” para a reunião de política monetária de junho, mas também deixou claro sua cautela com a trajetória da inflação. Ela concedeu entrevista à emissora CNBC, na qual qualificou os progressos para conter o ritmo dos preços como “ainda lentos e preocupantes”.

Sem direito a voto nas decisões de política monetária deste ano, Loretta Mester disse que não vê a economia em uma “boa posição” para manter os juros, nesse contexto, mas também complementou que pretende ver os próximos indicadores até a próxima reunião do Fed. Segundo ela, um elemento importante será o nível de aperto no crédito, após turbulências recentes em alguns bancos regionais nos EUA.

Loretta Mester considera que a política monetária mais apertada ainda está no processo de realizar seus impactos na economia. Ela prevê desaceleração neste ano nos EUA, dizendo que isso é necessário para ajustar oferta e demanda e levar a inflação à meta de 2%.

A dirigente disse que o Fed busca agora “calibrar” sua política monetária, sem apertar demais, mas tampouco sem relaxamento excessivo que não consiga conter a inflação.

Para ela, os dados publicados mais cedo, entre eles o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) com núcleo acima do esperado, sinalizam que há mais a fazer, no aperto monetário. De qualquer modo, o ciclo de aperto está mais próximo de seu fim do que do início, sem dúvida, apontou.

A presidente do Fed de Cleveland disse também que é “essencial” que governo e oposição cheguem a um acordo para elevar o teto da dívida. Um eventual calote do país teria consequências “bem sombrias”, advertiu, citando o impacto nos EUA e também na economia global.