Quando assumiu a presidência do laboratório Vetnil há pouco mais de um ano, Vera Godoy Ribeiro sabia que não faltariam desafios pela frente. Sua empresa, uma emergente no ramo de produtos veterinários, fatura algo em torno de R$ 29 milhões ao ano e se especializou em criar produtos para cavalos atletas desde a sua criação, há 15 anos. O destino de Vera começou a mudar em 2007, quando seu marido e fundador da empresa, João Carlos Ribeiro, morreu em um acidente de avião. Além de perder o marido, Vera teve de enfrentar um processo judicial para manter o controle de seus negócios. Isso porque, pouco antes da morte do então presidente, a Vetnil passava por um processo de fusão. O novo sócio exigiu a presidência da companhia, num processo que se arrastou por quase um ano. Após a Justiça se mostrar favorável à causa de Vera, ela comprou a parte do exsócio e agora prepara um ousado plano de crescimento, segundo ela, focado em alta tecnologia.

Durante o período da discórdia, o faturamento da empresa ficou estagnado e os antigos sonhos de crescimento ficaram para trás. “Foi um momento complicado, mas hoje faz parte do passado. Estamos recuperados e prontos para crescer”, conta a empresária, que precisou conviver com o assédio de multinacionais que queriam adquirir a empresa, opção que ela garante nunca ter considerado. “Cheguei a colocar uma placa na entrada da empresa dizendo: “Não estamos à venda”, conta.

Em 2008 a Vetnil conseguiu ampliar seu faturamento 7% em relação ao ano anterior. Resultado que, segundo Vera, se deve, principalmente, à reestruturação e profissionalização das operações da empresa. Com a casa em ordem, a expectativa agora é de ganhar mais espaço em 2009. “Nossos planos são de crescer 15%”, avisa a empresária.

Para alcançar esse objetivo, a aposta está em uma nova linha de produtos, considerados “premium”, voltados para cavalos de alto desempenho, que consumiu cerca de R$ 4 milhões em investimentos. Entre os produtos há suplementos alimentares, soluções que aumentam a oxigenação do cavalo e pomadas contra lesões. “Trata-se de um grande investimento em tecnologia”, pondera Vera, com autoridade de quem cria cavalos há mais de 20 anos. Sua família também é proprietária do Haras BH, com um plantel de cerca de 50 cavalos da raça brasileiro de hipismo (BH). “A qualidade dos cavalos que criamos ajudou a construir o nome da nossa empresa”, diz.

Outra forma estudada para alavancar as vendas é o aumento nas exportações. Hoje a empresa está presente em 17 países e exporta 7% da sua produção, principalmente para a União Europeia. “Já temos produtos aguardando registro em 40 países e em dois anos acreditamos que as vendas externas respondam por 25% do faturamento”, pondera Vera. Pelo jeito, a ordem é acelerar nos galopes.