O ouro registrou ganhos, nesta sexta-feira, com a busca por segurança apoiada novamente por temores sobre o setor bancário, nos Estados Unidos e na Europa. Houve ainda queda nos retornos dos Treasuries, que concorrem com o metal como opção mais cautelosa de investimento, e também queda do dólar, que torna o ouro mais barato para os detentores de outras moedas. Com isso, o metal atingiu máximas desde abril de 2022.

O ouro para abril fechou em alta de 2,63%, em US$ 1.973,50 a onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex). Na comparação semanal, o contrato subiu 5,69%.

As dúvidas sobre o futuro do Credit Suisse continuavam como fator importante na Europa, enquanto nos EUA bancos regionais são o foco, mas alguns ponderavam também sobre os riscos para o setor em geral.

O pedido de recuperação judicial da controladora do Silicon Valley Bank, o SVB Financial Group, reforçou a cautela nos mercados globais, apoiando o ouro.

O ouro mantinha viés de baixa ao longo de fevereiro, com a perspectiva de juros mais altos elevando os retornos dos Treasuries e reduzindo o apelo para o metal. A onda recente de cautela, porém, voltou a apoiar as compras, segundo analistas e operadores.

Operador de metais preciosos da Heraeus, Alexander Zumpfe comentou à Dow Jones Newswires que o ouro tem se beneficiado, junto com o dólar e os bônus do governo, nesse contexto. Zumpfe acrescenta que o metal é apoiado pela perspectiva de menos altas nos juros, nesse contexto, para reduzir a pressão do setor financeiro.

Analista sênior do World Gold Coundil, Krishan Gopaul destaca a pressão recente sobre alguns bancos importantes. Ele diz que ainda é uma questão em aberto quais serão as principais implicações disso, mas nota que o cenário é positivo para o ouro.

*Com informações da Dow Jones Newswires